Bolsonaro, Lula ou a terceira via?
Em entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan News Fortaleza, no dia 3 de julho, o governador Camilo Santana falou sobre a sua tentativa de aproximar o ex-ministro Ciro Gomes do ex-presidente Lula, em uma aliança para a eleição presidencial de 2022. Nas palavras do governador, ouvimos:
“Eu provoquei um encontro dos dois, que há anos não se encontravam, eu defendo sempre a importância do diálogo franco, aberto, sincero, tirar as mágoas muitas vezes do coração, olhar para o Brasil, perdoar, não focar apenas nos projetos pessoais e individuais, mas no projeto para o próprio País, que projeto nós queremos para o Brasil nos próximos 20, 30 anos? Infelizmente, a relação é um pouco conflituosa entre os dois nesse momento, eu digo até que os dois têm muito mais convergência do que que divergências e eu sei que os dois têm uma responsabilidade muito grande com o Brasil. Tanto o presidente Lula foi um grande presidente, enquanto o Ciro, que é uma pessoa extraordinária, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço nesse País, então eu acho que os dois têm uma responsabilidade muito grande com o futuro desse País, na defesa da democracia, do respeito, do fortalecimento das instituições. Eu vou lutar, as pessoas não têm mais esperança nisso, mas eu vou lutar até o ultimo momento para que a gente possa aproximar e construir uma aliança também a nível nacional nas eleições do próximo ano (…)”.
A despeito do esforço do governador do Ceará, o posicionamento adotado pelos irmãos Ferreira Gomes continua sendo de ataques ao ex-presidente Lula. A crença em dados obtidos por “pesquisas de opinião” que indicam acentuada rejeição aos nomes do presidente Bolsonaro e do ex-presidente Lula, reforça a tese de uma via alternativa exitosa para a corrida presidencial de 2022. Assim, o ex-ministro Ciro Gomes, crítico ferrenho de ambos, ocuparia as mentes o os corações do eleitorado “nem nem”: nem Lula, nem Bolsonaro. Mas o cálculo eleitoral pode ser mais complexo.
Na eleição de 2018, por exemplo, treze agremiações ofereceram nomes para a disputa presidencial, em um cenário de intensa fragmentação partidária e, ao mesmo tempo, incapaz de apresentar candidaturas que pudessem discutir a transição desejada pela maioria do eleitorado.
Não houve clareza no espectro ideológico. A confusão gerada por candidatos que buscavam ocupar o “centro” político indicou para o eleitor a saída através do voto útil. Em política, o consumo não se assemelha ao consumo das demais mercadorias e votar em um candidato pode ser somente a negação do seu oponente mais claro.
Ao optarem pelo cálculo eleitoral simples, os partidos se esvaziaram, tornando a escolha ainda mais árdua para o eleitor, já bombardeado pelo discurso de nivelamento e de criminalização que iguala os personagens do campo político.
Como nem sempre a história ensina, muitos pretensos candidatos continuam na luta para serem reconhecidos como a via alternativa.
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