Criadora dos looks da vilã da Disney recebe terceira estatueta
Descubra por que Cruella levou o Oscar de melhor figurino
Cruella foi um dos filmes mais envolventes do ano passado, mesmo em tempos de pandemia e de pouco público nas salas de cinema. Por esse e muitos outros motivos, a obra Cruella levou o Oscar de melhor figurino.
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Junte a lembrança de 101 cãezinhos em busca da salvação contra uma morte terrível, adicione o apelo que o selo Disney impõe por si só, escolha uma atriz carismática com talento e um Oscar na bagagem e contrate uma designer premiada e com um currículo de dar inveja a qualquer fashionista. Com essa receita, a Disney conseguiu saciar a sede de alguns fãs que sempre quiseram entender como Cruella De Vil chegou ao ponto de valorizar mais a moda do que a vida dos animais que sacrificava.
Tendo como modelo Emma Stone e como paleta de cores o branco e o negro em contraposição, Jenny Beavan não tinha como errar. Mas ela foi além e abocanhou o terceiro Oscar da carreira de figurinista de Hollywood. Beavan assinou as roupas de “Uma Janela Para o Amor” e “Mad Max: Estrada da Fúria” e foi consagrada nas duas ocasiões. Se você acha pouco, saiba que a designer já foi indicada dez vezes!
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Cruella leva Oscar de melhor figurino
O que não surpreende é que ela tenha conseguido traduzir tão bem a estética de Cruella. A película retrata a Londres dos anos 1970, em pleno movimento punk rock, quando a vilã é ainda uma jovem vigarista determinada a subir na vida a partir das suas criações. Não por acaso, Jenny Beavan também é londrina. Quando jovem, ela cursou a antiga London’s Central School of Art and Design e logo seus trabalhos se tornaram conhecidos no cinema.
A produção da Disney contou com 277 figurinos, sendo 47 somente para a personagem-título e outros 33 para a antagonista. Para o visual de Emma Stone, Beavan afirma que se inspirou no visual das ruas inglesas e em estilistas como John Galiano e Vivienne Westwood. A vilã interpretada por Emma Thompson teve as roupas com influência de Cristóbal Balenciaga e Christian Dior, sem esquecer de estrelas como Joan Crawford e Elizabeth Taylor.
De acordo com Caio Pimenta, jornalista do site Cine Set de críticos de cinema, “é interessante observar como a Disney sempre emplaca live-actions baseadas em suas animações clássicas na categoria de figurino. Foi assim com ‘Alice no País das Maravilhas’, ‘Branca de Neve e o Caçador’, ‘Malévola’, ‘Cinderella’, ‘A Bela e a Fera’ e ‘Mulan’. Destes todos, somente ‘Alice’ foi o ganhador, tendo a companhia merecida agora de ‘Cruella’.”
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“Cruella” foi imbatível durante a temporada ao levar o Critics Choice, Bafta e o sindicato dos figurinistas entre os filmes de época. Em um cenário em que as produções ambientadas no passado conquistaram as duas últimas edições com “Adoráveis Mulheres” e “A Voz Suprema do Blues”, é gratificante perceber que o moderno ainda tem espaço na telona e entender, também, que é possível agradar público e crítica, mesmo que exista um grande abismo entre o que vestimos e o que gostamos de ver nos outros.
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