Belchior nasceu em Sobral, no Ceará, e foi um dos primeiros cantores nordestinos de MPB a fazer sucesso nacional.
Café Concerto deste final de semana apresenta os principais sucessos de Belchior
O Café Concerto deste fim de semana vai apresentar os principais sucessos do cantor cearense Belchior. O programa será transmitido na rádio Atlântico Sul FM 105,7, neste sábado (8), às 9h, com reprise no domingo (9), às 10h.
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Início
Antônio Carlos Belchior cresceu em meio a uma família de músicos e poetas. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio como: Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney. Foi programador de rádio em Sobral e, em 1962, aos 16 anos, se mudou para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades e iniciou Medicina, abandonando a faculdade no 4.º ano, para dedicar-se à carreira artística. Na capital cearense, Belchior ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo e Amelinha.
Aos 25 anos, Belchior se mudou para o Rio de Janeiro, quando se uniu aos também cearenses Fagner e Ednardo, abraçando de vez a música. Nos anos seguintes, estourou nos festivais de Música Popular Brasileira, onde venceu o Quarto Festival Universitário da MPB, com a canção “Na Hora do Almoço”, interpretada por Jorge Melo e Jorge Teles. Em São Paulo, compôs canções para alguns filmes de curta-metragem.
Sucesso nacional
Em 1972, Elis Regina gravou “Mucuripe”, composição de Belchior e de Fagner. Foi a partir de então que o artista se tornou conhecido nacionalmente. O álbum Alucinação, de 1976, consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como “Velha Roupa Colorida”, “Como Nossos Pais”, “A Palo Seco” e “Apenas um Rapaz Latino-Americano”. Graças a estes hits, Alucinação vendeu 30 mil cópias em apenas um mês. O disco é considerado por vários críticos musicais como o mais revolucionário da história da MPB e um dos mais importantes de todos os tempos para a música brasileira.
Autoexílio
Em 2005 Belchior conheceu Edna Prometheu no ateliê do amigo comum. No ano seguinte, ele parou de agendar shows e se afastou da vida pública. O artista deixou um carro no estacionamento do aeroporto de Congonhas, pegou um avião e tornou-se um nômade entre Brasil e Uruguai. Belchior se afastou de amigos, familiares e da carreira, vivendo exilado, morando de favor na casa de fãs e procurado pela polícia pelo não pagamento de pensão alimentícia.
Morte
O cantor faleceu em 30 de abril de 2017, aos 70 anos, na cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. A causa da morte foi um aneurisma da aorta, a principal artéria do corpo humano. O Ceará decretou luto oficial de três dias. O governo estadual providenciou o traslado do corpo, garantindo assim, o desejo do cantor de ser enterrado no Ceará, velado em Sobral, sua cidade natal, e sepultado em Fortaleza.
As canções de Belchior, se tornaram obrigatórias em qualquer antologia da música brasileira. O sobralense foi um artista enigmático, mas também revelou sentimentos que embalaram gerações. Ele compôs letras que retratam o amor, as angústias da juventude, a saudade de casa e a dureza das cidades, mas também soube refletir sobre política e sociedade em uma produção de mais de 20 discos em 40 anos de carreira.
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