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Netflix pode ser processada por familiares das vítimas da ‘Boate Kiss’

Divulgação

A tragédia do incêndio da Boate Kiss foi uma das maiores já vistas no Brasil, tanto que mesmo após 10 anos do episódio, o caso ainda hoje é lembrando com tristeza. Pensando em ajudar os familiares das vítimas para que a justiça seja feita, e que os culpados pelo crime, sejam de fato responsabilizados, a Netflix estreou na última quarta-feira, dia 25 de janeiro, a minissérie de ficção “Todo dia a Mesma Noite”.

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A série de 5 episódios foi inspirada no livro que tem o mesmo nome, e que foi escrito por Daniela Arbex, jornalista mineira. Na minissérie há uma mistura de realidade com ficção, incluindo as vítimas do incêndio, familiares e amigos que são interpretados por atores. A grande questão é que os familiares das vítimas, um deles o empresário Eriton Luiz Tonetto Lopes, que perdeu sua filha, Évelin Costa Lopes, de 19 anos na tragédia, afirma que a Netflix não recebeu autorização para dramatizar a história. “Nós fomos pegos de surpresa, ninguém nos avisou, ninguém nos pediu permissão. Nós queremos saber quem está lucrando com isso.” E continuou dizendo que: “Não admitimos que ninguém ganhe dinheiro em cima da nossa dor e das mortes dos nossos filhos”.

Ainda segundo, Eriton, alguns pais chegaram a passar mal com os episódios, e precisaram recorrer a terapia. Os parentes das vítimas consideram que a produção é uma “exploração financeira da tragédia”, e acionou uma advogada de Santa Maria para cuidar do caso. Eles querem entender quem permitiu e quem foi informado de que a série seria produzida. “O mínimo que exigimos agora é que uma parte do lucro seja repassada para tratamento de sobreviventes e para a construção do memorial da Kiss. Nós não queremos nenhum dinheiro para nós”, concluiu Lopes.

A advogada, Juliane Muller Kord, fez algumas ressalvas sobre a série. “Eles estavam preparados para um documentário, não para uma série dramática. Os pais e os sobreviventes estão “acostumados” a ver materiais jornalísticos, com reproduções e relatos fidedignos. Mas a série é diferente. O impacto foi muito forte porque é uma simulação, uma reprodução, com rostos diferentes, com atores. Eles estão “acostumados” com o pós-tragédia. E a série mostra o antes, então, é como se ocorresse de novo. É uma linha muito tênue entre ficção e realidade”, informou Juliane.

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Sobre o incêndio da ‘Boate Kiss’

242, esse foi o número de pessoas que morreram por conta do incêndio da Boate Kiss, que deixou ainda mais de 636 feridos. A tragédia é considerado, até hoje, uma das maiores já vistas no país.

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