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‘Não dá pra entender um adolescente de barba que põe vestido e fala que é trans’, dispara Nany People

‘Não dá pra entender um adolescente de barba que põe vestido e fala que é trans’, dispara Nany People

Foto: Reprodução/Jovem Pan News

A humorista Nany People concedeu entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, esta semana. Na ocasião, ela falou sobre jovens que afirmam ter “gênero neutro” e o uso de pronomes e terminações como “elu”, “delu” e “todes”.

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“Sinto que é um movimento muito elitizado, de uma gama muito pequena de pessoas que vivem em uma bolha. Essa coisa de gênero é muito complicada falar. Estou com 57 anos e fui viver minha transsexualidade com o tempo e malhando no ferro frio. Ao mesmo tempo, não dá para entender que na universidade um adolescente de 17, 18, 19 anos ponha o vestido, saia de barba com o cabelo comprido, entre no banheiro feminino e fale que é trans. Está sendo desrespeitoso com a própria palavra trans. Você é um cara, meu. Só está com vestido de chita e a pessoa se sente trans. Então trabalhe para isso, vá se transformar. Clássico de Simone Beauvoir: ‘Não se nasce mulher, torna-se’. Vá se transformar na mulher incrível que você acha que você é”, disse.

Nany People

Nany People é uma das maiores referências entre artistas trans no Brasil.

“Me chamaram para uma convenção sobre integridade de gêneros, empresas que são preocupadas com a respeitabilidade do gênero dos seus profissionais. Caiu a ficha das pessoas. As pessoas passam dois terços de suas vidas no trabalho, não em casa. Por que não tornar o trabalho mais aprazível, favorável, favorecido para que possam exercer o direito de ser, estar, permanecer e ficar de acordo com a sua doutrina ética?”, questionou.

Com mais de 40 anos de carreira, a artista lamenta não ter ganhado um talk show na grade da televisão aberta.

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“O sistema brasileiro é muito colonialista. Não adianta ter um produtor com cabeça vanguardista, uma cabeça futurista, com o dono da emissora com a cabeça que ainda joga grampeador na parede.. Uma cabeça muito colonialista, de coronel, que não está aberta ao novo, mas devagar o novo sempre vem. É só isso, é totalmente isso. Estou com 57 anos e comecei com 10 anos na carreira artística, subi no palco a primeira vez e não desci mais”, concluiu.

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