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Teatro Oficina recebe velório de Zé Celso, em São Paulo

Teatro Oficina recebe velório de Zé Celso, em São Paulo

Foto: Garapa Coletivo/Wikimedia Commons

Às 23h desta quinta-feira (6) teve início o velório do ator e diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso nas instalações do Teatro Oficina, no Bixiga, tradicional bairro da capital paulista. O ator e dramaturgo Zé Celso, 86 anos, morreu em consequência de um incêndio que atingiu o apartamento dele.

As redes sociais do Teatro Oficina informaram que o velório, iniciado às 23h, seguirá até as 9h desta sexta-feira (7). O rito será aberto ao público e serão organizadas filas para possibilitar a entrada de todos que desejarem no teatro. A Rua Jaceguai ficará fechada para a passagem de carros e um telão foi montado na rua.

A despedida ocorre da forma como Zé Celso vivia: cercado de amor e espalhando alegria. No início desta noite, ainda esperando pela chegada do corpo do diretor, amigos e atores do Oficina organizaram um grande cortejo pelo palco, o qual foi concebido pela arquiteta Lina Bo Bardi.

Palco esse que inovou a concepção de teatro ao colocá-lo no centro, como se fosse um corredor, com a plateia nas laterais, se enfrentando como se estivessem em um ringue. “O cenário no ringue representa a metáfora da luta”, dizia Zé Celso sobre a premiada arquitetura do teatro.

Homenagens

O cortejo desta noite percorria todo o corredor do Oficina e chegava à rua, convidando as pessoas para a última homenagem ao dramaturgo. “Bixiga hoje é só arranha-céu. E não se vê mais a luz da Lua. Mas a Vai-Vai está firme no pedaço. É tradição e o samba continua”, cantavam.

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A homenagem se estendeu para a rua, em frente ao teatro, onde escreveram no chão: “Zé Celso Vive!”. E também chegou pela forma de diversas flores, que foram enviadas para celebrar o grande nome do teatro brasileiro. Uma das coroas que estava no local havia sido enviada pelo casal Ana Estela e Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda.

O cantor Otto foi um dos que foram até o Oficina para homenagear o dramaturgo. “Zé Celso é uma inspiração, um mestre. O que será do Brasil sem a figura do Zé Celso, sem essa pessoa que vem há anos e anos tomando parte, influenciando, mostrando? Estamos aqui no Oficina, que é eterno, um legado muito grande. Foi uma tragédia. Mas o teatro é renovação, é esperança e celebração. Zé Celso sempre celebrou.”

Otto disse que pretende continuar a luta de Zé Celso pela construção do Parque do Bixiga, ao lado do Teatro Oficina, alvo de disputa com o apresentador Silvio Santos, que é o dono do terreno. “Estamos juntos com os meninos do Oficina e vamos lutar pelo Parque do Bixiga”, declarou.

Para ele, o legado de Zé Celso passa pela “arte, pela verdade, pela democracia, pela existência, pela celebração da vida e pela justiça social”.

Saudade

Quem também esteve hoje no Teatro Oficina e recebeu muitos abraços e afeto foi o ator Ricardo Bittencourt, que esteve com Zé Celso no apartamento no momento do incêndio. “Está todo mundo lamentando e eu também lamento a perda desse artista inigualável. Mas eu perco meu irmão, eu perco a minha casa, o meu lar. Minha amizade com o Zé e o Marcelo (Drummond, marido de Zé Celso) é coisa de 35 anos, mas com muita intimidade”, contou.

Ele lembrou o diretor como referência de família. “Eu perco a minha referência de família mais forte, meu lugar no meu mundo. Desde que a minha mãe morreu, meu lugar no mundo era a casa do Zé e do Marcelo. Minha dor é a dor de família. Eu perco um irmão, meu grande irmão”, disse ele.

*Com informações da Agência Brasil

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