O espetáculo “3 Maneiras de Tocar no Assunto”, dirigido por Fabiano Dadado de Freitas, com dramaturgia e atuação de Leonardo Netto, traz ao Ceará um manifesto artístico a favor da diversidade e escancara a homofobia na sociedade moderna. Com sessões gratuitas, a peça será apresentada em Fortaleza, nos dias 27 e 28 de abril, e no Crato, no dia 10 de maio.
A montagem coloca em pauta questões relacionadas à homossexualidade e ao preconceito contra o homossexual e a comunidade LGBTQIAPN+. Os textos fazem uma interlocução direta com o público, fazendo a plateia se questionar sobre o que há de tão incômodo na homossexualidade ou por qual motivo ela sempre foi punida, por exemplo. “Homofobia mata todo mundo: o pai que teve a orelha arrancada por beijar o filho, os irmãos que foram linchados por andarem abraçados. Não adianta achar que você está livre porque você não é gay”, ressaltou Leonardo Netto, que abordou o tema por três instâncias distintas: a Escola, a Lei e o Estado.
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3 Maneiras de Tocar no Assunto
No primeiro solo, “O homem de uniforme escolar”, o público assiste a uma aula de bullying homofóbico: o que é, como praticar e quais as suas consequências físicas e emocionais. São histórias reais de crianças e jovens que sofreram com o preconceito e a intolerância na escola.
Na sequência, “O homem com a pedra na mão” parte do depoimento ficcional de um dos participantes da Revolta de Stonewall, ocorrida em junho de 1969 em Nova York, um marco fundamental da luta pelos direitos da comunidade LGBTI+. Uma descrição minuciosa da noite em que os frequentadores (gays, lésbicas, travestis, drag queens) do bar Stonewall Inn reagiram, pela primeira vez, a mais uma batida policial no local.
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Perseguição política
O último solo, “O homem no Congresso Nacional”, foi construído a partir de falas e pronunciamentos do ex-deputado federal Jean Wyllys, proferidos entre janeiro de 2011 e dezembro de 2018. Para criar o texto, Leonardo assistiu e transcreveu discursos, falas, entrevistas e declarações do parlamentar e, cuidadosamente, criou o depoimento de um deputado gay e ativista na tribuna da Câmara.
Nos palcos desde 2019 e assistida por mais de 15 mil espectadores, a peça recebeu os prêmios Cesgranrio (Melhor Texto Nacional Inédito, Ator e Categoria Especial, pela direção de movimento de Marcia Rubin), APTR-RJ (Melhor Autor e Iluminação) e Cenym de Teatro Nacional (Melhor Monólogo), acumulando quase 20 indicações em premiações.
Sessões gratuitas
Além de gratuitas, as sessões serão 100% com ferramentas de acessibilidade: audiodescrição, intérprete de Libras, monitoria de profissionais aptos para o auxílio de pessoas com deficiência intelectual e espaços para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Para ver em Fortaleza, os ingressos podem ser retirados antecipadamente pela plataforma Sympla ou na bilheteria do teatro uma hora antes. Já no Crato, os ingressos são adquiridos na bilheteria 1h30 antes da apresentação.