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Espetáculo “Metendo a Boca” ganha versão em teatro

Foto: Jorge Silvestre

O espetáculo “Metendo a Boca” estreia no Hub Cultural Porto Dragão em curta temporada, nos dias 17, 18 e 19 de maio. A peça tem idealização do ator e diretor Ricardo Tabosa. O manifesto artístico aborda as diversas camadas do silenciamento e da necessidade de ter voz, em um jogo entre palavras caladas, engasgadas, gritadas e cantadas, a partir da história de um homem que descobriu a homofobia ainda na infância.

Originalmente, “Metendo a Boca” surgiu em formato audiovisual, em 2017, com uma série de vídeos onde Ricardo se utilizava do recurso da dublagem para interpretar músicas e responder a discursos de ódio. De lá pra cá, o projeto foi ganhando novos contornos e, agora, migrou para a linguagem do Teatro, com texto de Rafael Martins e co-direção de Elisa Porto, a partir da pesquisa “Em busca da própria voz”, desenvolvida pelo ator durante o curso de mestrado na Universidade Federal da Bahia.

O espetáculo performativo leva ao palco um homem que, em troca direta com a plateia, conta sua história e o exato momento em que começou a “perder a voz” a partir da descoberta do seu “jeitinho”, quando era apenas um menino. Tratando de temáticas delicadas como o bullying homofóbico, comum na infância, e as diversas tentativas do personagem de passar por cima de seus traumas para levar uma vida normal, “Metendo a Boca” tem a premissa de fazer ecoar vivências LGBTQIAPN+ silenciadas.

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Reflexões em “Metendo a Boca”

No palco, Ricardo vive essa persona, que também carrega muito de sua própria trajetória. “A peça nasce dessa necessidade de ampliar as possibilidades de expressão do texto falado, do canto, em uma narrativa mais longa que a dos vídeos, com a troca do público. Nasce de uma vontade de entender a minha vivência enquanto membro da comunidade LGBTQIAPN+, de investigar e encontrar a minha voz no eco de outras pessoas”, explicou o ator.

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É por meio da música que o personagem solta a voz, seja pelo recurso da dublagem, seja pelo canto, ferramentas marcantes da série de vídeos que Ricardo preservou na montagem para o teatro. “Eu encontrei no recurso do lipsync, arte tão antiga e tão presente na comunidade LGBTQIAPN+, uma arma de resposta. As drag queens sempre foram como super-heroínas para mim e, de alguma forma, me espelhei nelas pra soltar esse grito”, disse.

O solo firma sua bandeira na luta contra o preconceito, estreando no Dia Internacional de Combate à LGBTfobia. “‘O Metendo a Boca’ sempre foi um projeto artístico e de militância, desde quando era apresentado no Festival For Rainbow. O palco agora é outro, mas com a mesma força política”, concluiu Ricardo.

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