O documentário “Lula”, dirigido pelos cineastas Oliver Stone e Rob Wilson, teve sua primeira exibição pública no Festival de Cannes na noite deste domingo (19). O filme, que integra a mostra “Sessões Especiais” do evento, foi calorosamente recebido pelos espectadores na sala Agnès Varda. A plateia, composta por um público eclético e não majoritariamente brasileiro, lotou a sessão e aplaudiu intensamente ao final da exibição.
Oliver Stone, conhecido por filmes politizados e críticos como “Platoon” (1986), “JFK” (1991) e “Nascido em 4 de Julho” (1989), sempre teve uma abordagem aguçada sobre temas sociais e políticos. Em “Lula”, Stone explora a trajetória única de Luiz Inácio Lula da Silva, destacando sua origem humilde e ascensão como um líder da classe trabalhadora. Conforme reportagem da colunista Flavia Guerra, para o Splash UOL, durante a apresentação, Stone afirmou:
“Este filme é sobre uma pessoa muito especial no mundo hoje. Acho que ele é um dos únicos líderes que é da classe trabalhadora, que veio da base, que aprendeu a ler tarde. Ele realmente lutou para ser quem ele é. E ele luta mais ainda no filme. Por favor, eu admiro este homem profundamente. E eu sei que muita gente o odeia. Eu não acho que vocês o odeiam. Por favor, não o odeiem muito porque ele tem uma alma maravilhosa.”
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O documentário adota uma abordagem direta e quase didática, narrando desde a infância de Lula em Pernambuco, sua chegada em São Paulo, a formação profissional na adolescência, o acidente de trabalho que lhe custou um dedo, até sua entrada no movimento sindicalista e a criação do Partido dos Trabalhadores (PT).
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Definido pelos produtores como um “feel good movie”, “Lula” surpreende ao proporcionar uma sensação de bem-estar ao final, algo raro em documentários sobre o cenário político brasileiro. O filme conclui com uma visão otimista sobre a retomada da democracia no Brasil após anos conturbados marcados pela Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro.
Conforme a reportagem, a reação do público foi de entusiasmo, com muitos aplausos e gritos de “obrigado” dirigidos a Stone e sua equipe. Ao deixar a sala, o cineasta foi saudado com cânticos de “Olê, olê, olá, Lula, Lula!” por parte dos brasileiros presentes. Stone agradeceu, dizendo: “Vocês fizeram um ótimo trabalho”.
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