CULTURA

Musical “Viva o Povo Brasileiro” será apresentado em Fortaleza

Com direção musical e trilha original de João Milet Meirelles, espetáculo terá apresentações nos dias 12, 13 e 14 de julho

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21 de junho de 2024
Portal GCMAIS

“Viva o Povo Brasileiro [de Naê a Dafé]”, versão musical de uma das obras-primas de João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), o romance “Viva o Povo Brasileiro”, está com temporada confirmada em Fortaleza. Com direção de André Paes Leme e produção da Sarau Cultura Brasileira, do Rio de Janeiro, “Viva o Povo Brasileiro [de Naê a Dafé]” conta com 30 músicas originais compostas por Chico César, a partir de letras inspiradas ou que utilizam parte textual da obra original. A direção musical e a trilha original são de João Milet Meirelles (da banda BaianaSystem). No elenco, estão Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Izak Dahora, Jackson Costa, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Maurício Tizumba, Sara Hana.

Musical “Viva o Povo Brasileiro” será apresentado em Fortaleza
Foto: Annelize Tozetto

Além do elenco fixo, o espetáculo tem um coro composto por atores iniciantes/estudantes, que ajudam a dar vida à essa epopeia. A montagem foi vencedora do Prêmio Shell na categoria “Melhor Ator” com Maurício Tizumba e foi indicada em mais três categorias: “Música Original e Direção Musical”,“Melhor Direção” e “Melhor Figurino”.

O musical “Viva o Povo Brasileiro” recebeu ainda indicação ao Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), nas categorias “Melhor Espetáculo” e “Melhor Ator”, e ao Prêmio APTR (Associação de Produtores de Teatro) na categoria “Melhor Música”.

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O livro e a montagem

Ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, o livro de João Ubaldo Ribeiro completa, em 2024, 40 anos de sua primeira publicação. Em 1987, a obra inspirou o samba-enredo da escola de samba Império da Tijuca, no Carnaval carioca. A trama é ambientada em Itaparica, na Bahia, e percorre 400 anos da história do Brasil, acompanhando uma alma em busca da identidade brasileira, que encarna em personagens invisibilizados pela história. A construção dos abismos sociais é mostrada através das figuras de Caboclo Capiroba, o Alferes e Maria Dafé, que transformam suas dores em heroísmo e demonstram a força da ancestralidade que percorre a formação do nosso povo.

Foto: Annelize Tozetto

Viva o Povo Brasileiro

A pesquisa para a montagem nasceu da investigação de doutorado feita na Universidade de Lisboa pelo diretor André Paes Leme, que já adaptou outros clássicos da literatura para o teatro, como “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa”, “A hora e vez de Augusto Matraga” e “Engraçadinha”. O desejo de falar do que seria esse povo brasileiro a partir da ótica crítica e do humor de João Ubaldo Ribeiro provocou o nascimento do projeto. “Não há possibilidade de entender o povo brasileiro sem compreender que todos nós somos o povo brasileiro, desde os povos originários até os imigrantes que chegaram muito tempo depois. Criamos esse espetáculo, que praticamente pega um terço do livro, mas traz a essência da obra ligada à ideia de ancestralidade, de espiritualidade, da luta contra a escravidão, por uma igualdade e justiça social. O texto é especialmente conectado à força feminina, que é algo muito forte a partir da personagem da Maria Dafé, que é a grande heroína”, destacou André.

“Esse é meu terceiro trabalho com a Sarau. Nós fizemos ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ e ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’. Para compor as músicas, eu parti da palavra do escritor e busquei a sonoridade da escrita. Trouxe muito da minha formação intuitiva da música negra, brasileira, baiana, porque o livro se passa em Itaparica e Salvador. Fiquei feliz quando soube que era o João Meirelles quem seria o diretor musical, porque o BaianaSystem é o grupo com maior expressão dessa contemporaneidade da música negra brasileira”, contou Chico César.

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Em seu segundo trabalho com o teatro musical, João Milet Meirelles trouxe para “Viva o Povo Brasileiro (de Naê a Dafé)” uma construção coletiva com referências da música baiana contemporânea e da tradicionalidade. “Existe também um apontamento para o futuro. Tem muita percussão, cordas, sanfona, piano. São três músicos e um elenco também muito competente musicalmente. Tem essa diversidade como uma linha que vai conduzindo tudo. É uma construção coletiva com o processo de experimentação”, concluiu João.

O espetáculo será apresentado de 12 a 14 de julho no Cineteatro São Luiz.

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