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Marco Nanini e Camilla Amado fazem “teatro na tela” com “As cadeiras” em Fortaleza

Foto: Cabera Menor

As Cadeiras será projetada no telão do Cineteatro São Luiz com sessão nos dias 24 e 25 de março, às 19 horas. Na sexta, após a sessão, será realizado um bate papo com presença do diretor Fernando Libonati, além da artista Andreia Pires, do jornalista Edilberto Mendes e da artista Fran Teixeira. A obra nasce do desejo profundo de seguir fazendo teatro durante a pandemia, tanto de Marco Nanini, como de Fernando Libonati e Camilla Amado (1938-2021), cujo trabalho acabou sendo o derradeiro ato de uma trajetória dedicada aos palcos.

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Com a incerteza de quando seria possível reencontrar o público, Nanini, Camilla, Fernando e a equipe começaram a fazer leituras e ensaios virtuais em 2020 e, com o prolongamento da pandemia, resolveram que apresentariam a obra em dois formatos: ao vivo e gravado. Filmaram o espetáculo no turbulento janeiro de 2021. O espelho entre a ficção e a realidade era inevitável, ao encenar este clássico do Teatro do Absurdo, que fala justamente sobre incomunicabilidade, com dois personagens isolados em uma ilha.

O resultado é o “Teatro na tela”, em que, através de recursos do audiovisual e um texto universal, a história é contada com o que há de mais precioso no teatro, que são os intérpretes. Ambientado em um farol, numa ilha qualquer do planeta, ‘As Cadeiras’ coloca em cena um casal de idosos que espera ansiosamente por seus convidados para, no momento certo, revelar a uma plateia imaginária sua mensagem ao mundo. É quando os dois deixam aflorar alienação, isolamento, solidão, tédio e uma busca desesperada para entender a humanidade.

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O ato final de uma dupla que o teatro uniu

As Cadeiras coroa a amizade de Nanini e Camilla, que se inicia nos anos 1970 e perdura pelas cinco décadas seguintes. A primeira parceria profissional foi em Encontro no Bar (1973), seguida pela lendária montagem de As Desgraças de Uma Criança (1974). Ao longo dos anos, a relação deles se consolidou para além dos palcos e, desde então, buscavam um texto para voltar a encenar juntos. Camilla já havia protagonizado uma montagem de As Cadeiras na juventude e sugeriu a leitura da peça com Nanini em 2017, na época em que o ator organizou um ciclo de leituras antes de ensaiar Ubu Rei. A semente foi plantada e, em plena pandemia, houve vontade de resgatar a peça e pensar em um retorno aos palcos. Infelizmente, Camilla faleceu pouco tempo após a conclusão das filmagens. Semanas antes de morrer, ela conseguiu assistir ao resultado do último registro de sua consolidada trajetória como atriz.

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