Com as viagens suspensas em razão da pandemia de Coronavírus, mais de 410 mil cearenses* visitaram os principais redutos turísticos do mundo com a temporada especial do “Bora Viajar?!”, exibida aos domingos na tela da TV Cidade Fortaleza.
O sucesso é indiscutível. E mesmo com a maioria dos programas consolidados na vice-liderança, o apresentador Patriolino Ribeiro Neto afirma que os números não devem se sobrepor ao conteúdo. Em entrevista ao GCMAIS, ele revela os bastidores da temporada e adianta detalhes sobre a próxima edição. Confira:
GCMAIS: qual foi o tempo e como foi o planejamento para a edição especial?
Patriolino Ribeiro Neto: nós não tivemos muito tempo porque, quando a ideia me foi apresentada, já foi nos 45′ do segundo tempo. Eu, na verdade, precisei adaptar e modificar aquilo que me sugeriram porque eu sempre gosto de fazer as coisas do meu jeito. Posso dizer que a gente teve cerca de quatro semanas antes da estreia do programa para, de fato, colocar a mão na massa. Deu tempo porque, assim que eu soube da possibilidade de voltar ao ar, eu já comecei a escrever e amadurecer um formato que não fosse idêntico ao que o público já conhecia. Era preciso apresentar novos elementos e adaptar a narrativa aos tempos atuais. Terminou sendo apertado, principalmente, para a edição, mas funcionou.
GCMAIS: o programa traz dados relevantes sobre o impacto da pandemia na economia mundial. As informações são detalhadas em uma linguagem simples, acessível para boa parte do público. O “Bora” também pode ser considerado um jornalístico, na medida que não se limita a entreter?
Patriolino Ribeiro Neto: eu sempre considerei e continuo considerando o BV como um produto jornalístico. Eu sinto que isso pulsa em mim e, particularmente, eu tenho um formato mais sério, mais para o lado do Jornalismo. Se você reparar com atenção, vai ver que eu gosto muito de números, de dados, de estatísticas e pesquisas. Eu costumo gostar dos episódios que são mais pesados, mais informativos mesmo. Além disso, eu não costumo fazer gracinhas, piadas e certas frivolidades que, geralmente, os programas de entretenimento apresentam. Detesto ver qui-qui-qui na televisão. E também não costumo opinar. Obviamente, que, aqui e acolá, eu dou minha opinião, mas não costuma ser algo tão pessoal. Sempre tento manter a imparcialidade. Em todo esse tempo que o programa foi exibido, por exemplo, eu só falei uma vez que não havia gostado de um lugar. No mais, tento ser imparcial, um princípio básico do Jornalismo.
GCMAIS: você conhece culturas que, em alguns casos, são bem diferentes da sua. É necessário criar um vínculo com essas pessoas para conseguir compreender esses modos de viver?
Patriolino Ribeiro Neto: o ideal é que você crie vínculos para que possa compreender a cultura e o jeito deles, mas nem sempre é possível. Muitos povos são muito fechados, e eu também não sou das pessoas mais abertas, digamos. Antes de viajar, entretanto, eu sempre pesquiso sobre a cultura e tento entender como as pessoas são. Assim, evita algum problema, algum desentendimento.
GCMAIS: a temporada, embora tenha cenas gravadas e já exibidas anteriormente pela TV Cidade Fortaleza e Record News, é considerada um sucesso de audiência, ficando na vice-liderança com certa frequência. Você costuma celebrar esses resultados?
Patriolino Ribeiro Neto: salvo engano, dos sete programas exibidos, apenas um não ficou na vice-liderança. É gratificante? É! Mas não é algo que me faça soltar fogos de artifício, não. Não costumo pensar que certos números traduzem o pensamento do público. Eu sempre me oriento pela qualidade. Desde o princípio, eu me propus a fazer algo orientado pela qualidade e pela informação. Nem sempre as pessoas compreendem isso. Muitas vezes, elas preferem trivialidades, como eu digo, o besteirol. Eu entendo e respeito, mas, nem por isso, vou fazer, obrigatoriamente, o que esse movimento pede. Vou continuar me orientando pela qualidade e pelo conteúdo.
GCMAIS: para finalizar, é possível que os telespectadores ganhem uma nova edição em 2021?
Patriolino Ribeiro Neto: a ideia é que tenhamos uma temporada inédita, sim. Mas, em tempos de pandemia, como prometer algo? Eu tenho sido pressionado para gravar, mas acho irresponsável fazer um programa de viagens em que eu vou recomendar um roteiro às pessoas, mesmo sabendo que elas não podem ou não devem viajar?! Apesar de entender que estamos precisamos desse escapismo da realidade, acho perigoso fingir que não temos milhares de pessoas morrendo todos os dias. Por outro lado, não gostaria de ter que fazer um programa mostrando uma cidade com as portas fechadas. Imagina gravar em um lugar onde os deslocamentos estão proibidos, onde os restaurantes, igrejas e tudo o mais estão fechados?! Vamos ter que aguardar mais uns meses. Em último caso, acabaremos fazendo uma temporada sob a nova ótica da pandemia, obedecendo ao novo normal, mesmo eu sabendo que isso vai ser bem difícil. Apenas o tempo dirá.
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*Fonte: KIM | Instar Analytics | TV Cidade | Bora Viajar | 17/01 a 28/02 | Rat% | Rch% | Alcance projetado para a área de cobertura TV Cidade: 8.046.027 pessoas no estado do Ceará