O piloto cearense Bruno Costa, de 30 anos, está construindo sua carreira na Europa. Morando no país desde 2017, ele começa a sentir na pele a realidade do sonho que sempre teve, o de “correr de carro por lá”.

“A primeira corrida da temporada de 2022 aconteceu recentemente, no autódromo Snetterton Circuit. Na primeira corrida, terminei em segundo. Na segunda e terceira, terminei em terceiro lugar. Foi um excelente início de temporada”, afirmou.

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Nas últimas semanas, o atleta teve presença garantida no Monoposto Championship, na Inglaterra, onde tem se esforçado para se destacar no esporte.

“Este é meu segundo ano correndo aqui na Inglaterra, e o primeiro não foi muito fácil, pois eu estava no meu terceiro ano de Engenharia Motorsport em Oxford Brookes University e também trabalhava para pagar a universidade. Então, receber esses troféus no primeiro final de semana de corrida do ano foi muito gratificante, depois de tudo que passei”, celebrou.

Sonho “de correr de carro”

A narrativa do hoje piloto Bruno Costa foi estimulada por sonhos. A garra de conseguir viver de sua maior paixão vem da infância, ao lado de seu pai, Miron, e do tio Aroldo Ivo.

“Sempre tive o sonho de correr de carro, então, vendi coisas que tinha e comprei meu primeiro carro de corridas para correr no Ceará e no Nordeste. Conquistei bons patrocinadores e adquiri muito conhecimento prático, mas eu queria mais. E sabia que, se aprendesse mais sobre a mecânica e a engenharia do carro, eu poderia me tornar um piloto melhor e completo”, analisou.

No Ceará, o sonho parecia ainda mais distante. Mas foi aqui, em terras cearenses, que o jovem mirou na sua maior aventura da vida.

“Eu sempre amei automobilismo, desde criança. É uma paixão de família, posso dizer assim. Cresci vendo meu pai montar e desmontar carros. Acordávamos cedo aos finais de semana para acompanhar as etapas da Fórmula 1. Mas, como muita gente dizia, pensei que fosse só fase. E a verdade é que não era, nunca foi. É minha paixão, meu objetivo de vida. Infelizmente, no Ceará, o esporte ainda é visto com hobby de rico. Resolvi largar tudo, me dedicar, passar pelo que fosse preciso para descobrir se eu realmente queria tornar isso minha vida”, destacou.

2017: o ano da virada

Em 2017, o atleta deu um de seus maiores passos para a realização dos seus sonhos: ir morar na Inglaterra.

“Em 2017, vendi tudo que podia e vim para a Inglaterra. Sem falar uma única palavra em inglês. Fiz um curso de seis meses e me joguei atrás de oportunidades no universo das corridas daqui”, explicou.

Até chegar ao nível profissional que hoje exibe, o cearense passou por “muitos perrengues” e aprendizados. A cada dia, o sonho estava mais perto de se realizar.

“Consegui uma oportunidade que me deu a chance de iniciar meus sonhos aqui. E o que parecia impossível para um brasileiro sem muitos recursos e que saiu do Brasil sem falar inglês aconteceu. Entrei na Universidade, no curso de Engenharia de motores esportivos, e comecei a trabalhar para um time de corridas. Foi um início muito difícil é improvável, mas, ao longos desses quase cinco anos, aprendi que não existe impossível. Tudo é questão de determinação, foco e muito esforço”, contou.

Ser campeão

Bruno está próximo de terminar sua graduação em Engenharia. Com a formação, o atleta sonha em desenvolver um carro mais competitivo e ser campeão em sua categoria.

“Estou constantemente desenvolvendo o carro, e, agora, chegamos em um estágio em que eu acredito ter um carro competitivo, que pode realmente me levar ao título de campeão de monoposto 1400 class em 2022. Estou trabalhando e me dedicando constantemente para obter esse resultado”, concluiu.

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