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O que aconteceu com o Rock Nacional?

O que aconteceu com o rock nacional?

Quem tem a idade aproximada aos 50 anos, de certo vai lembrar de um período espetacular do rock nacional nos anos 80. Há quem diga que o que se produziu de rock no brasil pela indústria mainstream no intervalo 1981/1985, praticamente garantiu o primeiro Rock In Rio, mas o que aconteceu com o nosso rock nacional? Por que ele não está mais no top comercial do país?

#georgianocastro

Ceará Music tem show de lançamento com sucessos do rock nacional

Festivais de rock sobrevivem do mainstream Brock.

 

O rock nacional foi hegemônico comercialmente no Brasil em dois períodos históricos, os anos 1960 com o Iê, Iê, Iê da Jovem Guarda, e nos anos 1980 com o denominado Brock. Nos anos 1990 e inicio dos 2000 o rock nacional ainda tem certa relevância para indústria comercial, porém cada vez mais se retinha a nichos e assim perde o espaço comercial que conquistou.

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Nunca se produziu tanto rock no Brasil

Vale ressaltar que essa perda de espaço comercial não define o desaparecimento do rock nacional, ao contrário, nunca houve tanta produção roqueira no país. O que houve então? Onde essa equação produção versus negócio comercialmente relevante não bate? Há várias visões, explicações possíveis que gostamos de provocar, sem que com isso estejamos cientes que nossas respostas são definitivas.

Para tanto, vamos expor aqui algumas das causas apontadas como responsáveis pelo fenômeno conjuntural. Uma das mais citadas é a de que o rock nacional sempre esteve aliado a indústria multinacional de discos, com o advento das novas tecnologias e as novas formas de comércio musical digital, o produto disco (vinil ou CD), que sustentava a cadeia produtiva do rock perde a relevância, fazendo com que o produto rock nacional não seja mais viável comercialmente.

 

Como tornar a nova cadeia produtiva de rock viável?

Há quem diga que o Brasil vive de ciclos no mainstream, hora rock, hora lambada, hora pagode, hora sertanejos… e assim o rock voltará dentro em breve em um novo ciclo. No entanto, há aqueles que apontam que os outros estilos souberam trabalhar melhor que o rock, tipo o axé music, que se reinventou através das micaretas, os carnavais fora de época que movimenta milhões, o pagode mauriçola dos anos 1990 ocupou as casas de show da grande burguesia nas capitais, e as festas de peão e feiras agropecuárias dão sustentação aos sertanejos e por aí vai.

Vale ressaltar que o entretenimento no Brasil é uma indústria, e que para tanto necessita investimento, ao que chamam jabá já que cultura entende se como direito de todos, sem uma base sólida que movimente dinheiro ou investimentos, como o agronegócio para o sertanejo e a micareta para o axé, o rock como produto nessa indústria resume se as bandas e artistas ainda na ativa das gerações vindouras.

Um exemplo que pode definir esse processo é que o artista de hoje, no nicho do rock Brasil que queira acontecer, terá que esquecer o modo como suas principais referências aconteceram. Hoje o mercado aponta para um modelo de artista muito mais influencer que artista, e falamos isso sem preconceito, apenas como constatação. Economia criativa, foco no nicho e mente aberta as novas plataformas são um caminho.

 

A roqueira Rita Lee, símbolo do rock nacional, considerada a mãe do Rock Brasil.

 

O público por outro lado, que ainda tem a referência histórica do Brock, ainda não assumiu a postura “digital pesquisador” do mercado atual, o que dificulta ainda mais o trabalho de quem se aventura a ser uma banda ou artista de rock nos dias atuais. Por outro lado, para quem já se habituou ao novo mundo, nunca houve tanta produção na cadeia produtiva do rock.

https://www.youtube.com/watch?v=66bg5Z59T70&t=25s

Livres das imposições mercadológicas as bandas podem ser como querem, sem ter preocupações com oscilações de modismos. O que torna muito mais interessante para quem consume que tem uma versão mais fiel do artista que segue. Nesse caso, a identidade do atual rock nacional é essa e não queremos cair no discurso do está melhor ou pior, ela apenas é, quem entender melhor vai poder se posicionar e provavelmente acontecer.

Em Fortaleza existe uma cena vibrante desde o final da década de 90, uma galera que se reinventa e que está cada vez mais posicionada como opção séria de entretenimento da cidade. Como fazer o negócio dessa cadeia produtiva se tornar viável? Esse é o desafio de produtores, amantes, e profissionais da cena, nós aqui estamos para apoiar e discutir caminhos. Sucesso para todos e até nosso próximo encontro.

 

Quer saber mais sobre Rock? Tenho mais artigos legais na coluna https://gcmais.com.br/tag/mais-musica/

 

Marvine, o novo nome do indie rock cearense.

 

 

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