Antes desse revés inesperado, a maioria dos gestores estava otimista com a bolsa brasileira, um sentimento que se fortaleceu em março
Antes do ‘efeito Petrobras’, gestores da bolsa estavam otimistas com mercado brasileiro
Um estudo conduzido pela casa de análises Empiricus revelou que o otimismo dos gestores de fundos multimercados em relação à bolsa brasileira cresceu em março comparado a fevereiro. Entretanto, a surpresa provocada pela Petrobras ao anunciar a ausência de dividendos extraordinários em 7 de março abalou o mercado, substituindo a calmaria por uma atmosfera de incerteza, especialmente em relação à estatal, que representa cerca de 13% do Ibovespa.
Antes desse revés inesperado, a maioria dos gestores estava otimista com a bolsa brasileira, um sentimento que se fortaleceu em março, conforme indicou o levantamento da Empiricus. O entusiasmo também se estendeu à bolsa americana, sugerindo um aumento nas apostas de alta nas ações tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
O ‘efeito Petrobras’
Apesar do “efeito Petrobras”, o otimismo dos gestores em relação à bolsa brasileira permanece, segundo a análise de Alexandre Costa, responsável pela pesquisa da Empiricus. Ele ressalta a percepção de preços atrativos e resultados sólidos das empresas locais, além do contexto de queda dos juros que pode atrair investimentos para o país.
Localmente, os gestores demonstraram melhoria no sentimento em relação aos juros nominais e mantiveram o otimismo em relação aos juros reais, sugerindo uma aposta crescente em cortes de juros no Brasil.
A Empiricus também investigou o sentimento em relação aos indicadores econômicos brasileiros. O pessimismo em relação às contas do governo diminuiu, enquanto o otimismo com o crescimento econômico permaneceu forte. No entanto, o otimismo em relação à inflação registrou uma leve queda. Apesar dessas nuances, o Ibovespa acumula uma queda de 5% em 2024, com o mercado enfrentando desafios como a saída de recursos estrangeiros e a incerteza em relação aos movimentos internacionais.
Os gestores atribuíram a saída de recursos estrangeiros do Brasil principalmente à incerteza sobre a política de juros nos Estados Unidos, que foi adiada para junho ou julho, frustrando as expectativas de um corte em março.
Globalmente, os Estados Unidos registram um aumento de 8% no S&P 500 este ano, com otimismo contínuo entre os gestores em relação às bolsas americanas, apesar das incertezas em torno da política de juros. Enquanto isso, na Europa e na China, as economias enfrentam desafios distintos, com sinais mistos sobre a trajetória das taxas de juros.
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