Segundo uma pesquisa conduzida pela Think Olga, uma organização não governamental focada em questões sociais, sete em cada dez diagnósticos de ansiedade e depressão no Brasil são direcionados às mulheres.
Brasil lidera ranking mundial de ansiedade; mulheres são as mais afetadas
Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) trouxe à tona uma preocupante realidade: o Brasil figura no topo do ranking global de incidência de ansiedade, afetando aproximadamente 9,3% de sua população. Esse dado alarmante ganha ainda mais destaque ao observarmos o cenário específico das mulheres, que representam a maioria dentre esse percentual.
Segundo uma pesquisa conduzida pela Think Olga, uma organização não governamental focada em questões sociais, sete em cada dez diagnósticos de ansiedade e depressão no Brasil são direcionados às mulheres. No programa Sem Cesura, da TV Brasil, o assunto foi destaque.
Mulheres são as mais afetadas pela ansiedade no Brasil
O excesso de responsabilidades, tanto no âmbito profissional quanto doméstico, emerge como um dos principais fatores impulsionadores dessa problemática. Mariana Holanda, psicóloga e docente de pós-graduação na PUC Paraná, ressaltou, em entrevista à imprensa, que, apesar do crescente ingresso das mulheres no mercado de trabalho, persiste o estigma de que as responsabilidades domésticas são predominantemente femininas. Ela enfatiza que apesar de presença sólida em contextos profissionais, ainda há o peso das obrigações domésticas, uma dualidade que tem afetado mulheres ao longo do tempo.
O estudo também aponta a disparidade salarial como um fator crítico que afeta a saúde mental das mulheres. A existência de uma diferença salarial de 30% para cargos equivalentes ocupados por homens é citada por Mariana Holanda como um desafio adicional, questionando a motivação das mulheres em um ambiente desigual. Esse contexto não apenas prejudica o bem-estar emocional, mas também agrava as condições socioeconômicas das mulheres.
Além disso, a questão da violência contra a mulher não pode ser ignorada. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam um aumento de 1,6% nos casos de feminicídio em 2023 em relação ao ano anterior, totalizando quase 1.500 vítimas. Essa tendência crescente destaca a urgência de abordagens mais eficazes para a proteção das mulheres, tanto em espaços públicos quanto privados.
Diante desse cenário, medidas concretas são necessárias para aliviar o fardo sobre as mulheres brasileiras, promovendo um ambiente mais equitativo e saudável. A conscientização, a redução da disparidade salarial e a expansão dos serviços de apoio psicológico e jurídico são passos fundamentais para enfrentar esses desafios. A colaboração de diversos setores da sociedade, incluindo entidades governamentais, organizações não governamentais e o setor privado, é essencial para construir uma realidade onde a saúde mental e a segurança das mulheres sejam priorizadas.
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