Familiares de Erika de Souza Vieira Nunes, sobrinha que levou o tio morto ao banco, defendem a parente e afirmam que o caso seria um “mal-entendido”. A mulher foi presa e indiciada pelos crimes de tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.
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Os parentes informaram que o homem morava com a sobrinha e outros três filhos dela há cerca de 15 anos. “Ele não teve filho, ele nunca se casou. Teve, sim, companheiras, mas família foi essa (da Erika) que acolheu ele e (com quem) ele viveu por bastante tempo”, explicou Ana Fátima Vieira, tia dos dois.
Segundo o filho de Érika, a mãe sofre de transtornos psiquiátricos, tem alucinações e toma remédios. Em laudos entregues pelos parentes, dois psiquiatras indicam que ela deveria ser internada.
O parecer do primeiro médico é do ano de 2022, e afirma que a paciente é dependente de sedativos e apresenta um quadro de depressão, pensamentos suicidas e alucinações auditivas. O outro é de 2023, e também alega a dependência em sedativos, além de hipnóticos.
Para o delegado da Polícia Civil, Fábio Souza, é preciso analisar o quadro psiquiatrico de Érika. “Uma pessoa que tem problemas psiquiátricos pode não entender que o tio está morto, mas certamente ela não vai entender que tinha que pegar o dinheiro. Uma pessoa não pode ter uma consciência seletiva”, argumenta.
Segundo os familiares da vítima, os R$ 17 mil do empréstimo seriam usados para reformar a residência habitada por Paulo e Érika e também para comprar móveis e uma cadeira de rodas para o idoso. Eles também apresentaram um documento que indica que a entrada no crédito teria sido realizada em março.
Sobrinha leva tio morto a banco
Erika de Souza Vieira Nunes, 42 anos, foi presa na última terça-feira (16), após levar o corpo do tio, identificado como Paulo Roberto Braga, de 68, a uma agência bancária. A mulher estava tentando sacar um empréstimo de R$ 17 mil no nome do idoso. O caso ocorreu em Bangu, na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com testemunhas que estavam no local, Paulo chegou ao shopping vivo por volta das 12h50. Em depoimento, Érika afirmou que só percebeu que o tio estava morto quando funcionários do banco prestaram socorro a ele.
A equipe bancária constatou que algo poderia estar errado com o cliente por volta das 14h. Em novas imagens do ocorrido, capturadas por câmeras de segurança, é possível observar que a mulher conversou com o homem várias vezes enquanto segurava a cabeça dele. Contudo o idoso não mostrava sinais de resposta durante as interações.
Para a advogada de defesa, Ana Carla de Souza Correa, a cliente não conseguia acreditar no falecimento do familiar. “A defesa técnica entende, até depois de algumas conversas com a senhora Erika, de que realmente ela não aceitou (a morte dele). É a questão da negação de que ele poderia realmente está desfalecido, morto, naquele momento. Até porque ela conversa com ele”, afirma.
Já para o delegado Fábio Souza, a sobrinha sabia que o tio estava morto e agiu mal intencionada. “Ela sabia que ele estava morto. Porque desde a hora do shopping, como eu disse, a cabeça dele está solta, a partir daí ele não dar mais sinais nenhum. Então, ela passou horas fazendo aquilo. E o que dá mais certeza ainda é a simulação dela de estar conversando com ele, de fazer com que os outros acreditem com que ele estava vivo, mesmo ela não tendo qualquer tipo de resposta dele”, argumenta.
A morte do idoso foi constatada por volta das 15h20 e o laudo do Instituto Médico Legal (IML), concluído na noite da última quarta (17), aponta que o óbito ocorreu entre 11h30 e 14h30 da terça, por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca. O resultado do exame toxicológico ainda é aguardado.
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