O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu esclarecimentos ao parque de diversões Beto Carrero World na última terça-feira, 23, para apurar a destinação dos animais do zoológico, conhecido como “Mundo Animal”, que teve anúncio do fechamento no dia 27 de junho deste ano, após 32 anos de funcionamento, sob a justificativa de que os animais precisam de um ‘ambiente mais próximo ao habitat natural’. O espaço era alvo de críticas de ativistas há anos.
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Diante da desativação, a 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Penha instaurou uma ‘notícia de fato’, que é o primeiro procedimento para dar início à investigação, solicitando informações também ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) sobre a situação.
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Em nota, o Beto Carrero World afirma que entende que o destino dos animais é uma questão de grande interesse e reforça o compromisso com o bem-estar dos animais.
“Quanto ao questionamento do Ministério Público, será respondido e detalhado sobre o destino dos animais, garantindo que todos o que já foram encaminhados a empreendimentos foram devidamente autorizados e em conformidade com os órgãos ambientais competentes”, disse.
Conforme procedimento do IMA, o Beto Carrero World reforça que entende que é prudente manter o destino específico dos animais em sigilo para continuar protegendo a segurança deles e a dos empreendimentos que os recebem.
O Beto Carrero World fica localizado na cidade de Penha, no litoral norte de Santa Catarina.
Segundo o IMA, o processo de encerramento do Beto Carrero, iniciou-se já no ano passado, com as primeiras transferências de animais, todos com autorização de transporte emitida no âmbito da Gerência de Biodiversidade e Florestas da Diretoria de Biodiversidade e Florestas do IMA.
“Nenhum animal saiu do zoológico sem a devida autorização. Os animais foram encaminhados a diferentes empreendimentos do Brasil, todos devidamente autorizados e regulares com os respectivos órgãos ambientais”, garantiu o instituto.
Questionamentos feitos pelo MPSC
O Beto Carrero World terá de enviar detalhes dos animais que habitaram o zoológico nos últimos 12 meses, especificando os que já foram retirados e os que permanecem no local, o destino deles e as respectivas licenças do IMA para a operação.
Por sua vez, o órgão de defesa ambiental do Estado deve prestar informações sobre os animais remanescentes no zoológico do parque, bem como sobre as devidas autorizações para deslocamento e remoção.
“É necessário apurar acerca da destinação adequada dos animais, de forma a resguardar-lhes a necessária proteção e bem-estar, bem como sobre a devida autorização do órgão gestor de fauna do estado de Santa Catarina”, disse a promotora de Justiça Daniela Carvalho Alencar.
Grupo Especial de Defesa dos Direitos dos Animais
Para colaborar com a apuração sobre a destinação dos animais do zoológico do Parque Beto Carrero World, a 1ª Promotoria de Justiça de Penha solicitou apoio ao Grupo Especial de Defesa dos Direitos dos Animais (GEDDA) do MPSC.
“A intenção do grupo é intensificar ações em defesa de animais domésticos, silvestres, exóticos e da própria saúde pública. Além disso, estimula o desenvolvimento de trabalhos de educação ambiental tanto da sociedade quanto das instituições, promovendo políticas públicas que garantam o direito dos animais”, afirma o ministério.
Também procurado pela reportagem, o IMA disse que os empreendimentos regulares de fauna silvestre e fauna exótica que mantêm animais silvestres em cativeiro, no Estado de Santa Catarina, estão sob gestão do instituto. Desta forma, tanto os processos de solicitação de autorização quanto encerramento destes empreendimentos são acompanhados por ele.
“No caso de empreendimentos do porte do zoológico do Beto Carrero World, o processo de encerramento pode levar algum tempo, pois envolve uma logística complexa, desde a procura de locais adequados ao recebimento dos animais, o cumprimento dos trâmites legais autorizativos, que inclui a comunicação entre órgãos ambientais estaduais, até a efetiva realização do transporte”, afirmou.
Embora o empreendimento tenha fechado as portas para a visitação pública, ainda existem alguns animais no local, de acordo com o IMA, que permanecem sob os cuidados de profissionais habilitados e que precisarão ser destinados.
“Somente após a destinação adequada de todos os animais é que efetivamente o empreendimento poderá ser encerrado junto ao IMA”, afirmou o órgão estadual.
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