O presidente da Associação das Vítimas da Boate Kiss, Gabriel Rovadoschi usou nesta terça-feira, (3), as palavras “alívio” e “extremo cansaço” para descrever a sensação após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandar prender os quatro réus condenados pelo incêndio que deixou 242 mortos em Santa Maria (RS), em 2013. As defesas irão recorrer.
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‘”Dos relatos dos demais familiares, a sensação é a mesma: alívio extremo, mas ao mesmo tempo extremo cansaço de toda essa jornada exaustiva. Mas vemos com bons olhos essa decisão porque, de fato, é a decisão mais esperada que aguardávamos’’, afirmou.
A decisão de Toffoli se deu após análise de recursos especiais apresentados pela defesa, os quais foram considerados improcedentes. O ministro entendeu que as irregularidades alegadas pelos réus não foram devidamente apontadas no momento processual adequado, violando assim a soberania do júri popular, que havia decidido pela prisão. O Ministério Público Federal (MPF) e o gaúcho reivindicavam as prisões.
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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul havia anulado a decisão por considerar que houve irregularidades procedimentais e formais que prejudicaram a defesa em quatro momentos, entre eles o sorteio dos jurados e a argumentação dos promotores.
Luciano Bonilha Leão, auxiliar da banda, se apresentou por volta da 0h de terça em Santa Maria e está detido no Presídio Estadual. Já o vocalista da banda, Marcelo Jesus dos Santos, está preso em São Vicente do Sul, a cerca de 100 km de Santa Maria, região central do Estado.
Conforme a defesa, Mauro Hoffman, sócio da boate, se entregou a uma delegacia de Polícia em Canoas, região metropolitana da capital. A defesa de Hoffman tentou habeas corpus, que foi negado pela Justiça.
Elisandro Spor, o Kiko, está sob custódia em Porto Alegre. Ele também se apresentou na noite de segunda-feira à Polícia Civil.
Entidade levou caso à Corte Interamericana
Rovadoschi não acredita, porém, que a nova decisão seja um ponto final para o caso. “Acho que é um ‘ponto e vírgula’, pois entendemos que a luta por justiça não se encerra com esse desfecho do ministro”, disse. “Iremos ainda acompanhar de perto esse processo, que agora retorna para o Rio Grande do Sul, e tem todo o pleito da redução das penas que as defesas dos réus vão apresentar”, acrescentou.
Segundo ele, também segue em curso a mobilização na Corte Interamericana de Direitos Humanos, para que o Estado brasileiro seja responsabilizado pela tragédia em 27 de janeiro de 2013, que teve uma maioria de jovens entre as vítimas. “Essa história significa a possibilidade de a gente ter uma luta mais digna, para que não se repita.”
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