Uma invenção que salva vidas diariamente. O engenheiro sueco Nils Bohlin criou o cinto de três pontas. Em 1958, Bohlin foi contratado pela Volvo como engenheiro-chefe do departamento de segurança da fabricante. E uma de suas primeiras tarefas foi desenvolver uma alternativa melhor aos cintos abdominais.
A marca Volvo é mundialmente reconhecida pela criação do cinto de segurança de três pontos em 1959. Mais do que uma inovação de seu tempo, o cinto hoje está presente em carros do mundo todo e já salvou milhões de vidas.
Na época, já existiam cintos de segurança diagonais. No entanto, eles também tinham uma desvantagem: em determinadas situações, o passageiro podia escorregar por baixo do cinto, agravando sua situação em caso de acidente – ainda mais porque, diferentemente de hoje, os automóveis não possuíam zonas de deformação programada, e seus interiores eram cheios de metal descoberto e peças pontiagudas que se tornavam letais em um acidente.
Bohlin desenvolveu um cinto em formato de V que permitia que, usando apenas uma mão, o passageiro pudesse alcançar o cinto de segurança, puxá-lo por sobre seu corpo, e afivelá-lo em um encaixe ao lado do banco.
Após um período de testes, a ideia foi aprovada e colocada à venda já em 1959. Os primeiros carros a vir de fábrica com cintos de segurança de três pontos foram o compacto P120, sedã de duas ou quatro portas; e o PV544, sedã dois-volumes maior e mais luxuoso.
A Volvo dedicou-se a provar para a indústria que havia bom motivos para a adoção dos cintos de três-pontos, talvez até mesmo uma eventual padronização.
Depois de muitos testes que comprovaram a segurança da invenção, a Volvo deixou aberta a patente dos cintos de três pontos criados por Nils. Desta forma, além de adotar a inovação da Volvo em seus próprios modelos, as demais fabricantes de automóveis poderiam dar a sua contribuição para melhorar sua eficácia.
Foi graças a esta atitude da Volvo que os cintos de três pontos foram adotados em massa, passando a equipar também os bancos traseiros de seus carros no final da década de 1960 e, nos anos seguintes, tornando-se a norma na indústria automotiva
O engenheiro Nils Bohlins morreu em 2002, aos 82 anos, após sofrer um AVC. No mesmo ano, ele ganhou uma indicação póstuma ao Hall da Fama Nacional dos Inventores dos Estados Unidos.