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Setor de veículos divulga projeções para 2022

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) divulgou hoje os números do fechamento de 2021, com ligeira melhora na comparação com o crítico ano de 2020, mas ainda aquém do potencial de demanda interna e externa por autoveículos. 

Vendas ainda devem ter leve alta neste ano

“A crise global de semicondutores provocou diversas paralisações de fábricas ao longo do ano por falta de componentes eletrônicos, levando a uma perda estimada em 300 mil veículos. Para este ano, a previsão ainda é de restrições na oferta por falta de componentes, mas num grau inferior ao de 2021, o que projeta mais um degrau de recuperação”, afirmou o Presidente Luiz Carlos Moraes.

Produção – Dezembro foi o melhor mês do ano, com 210,9 mil autoveículos produzidos. Com isso, o ano fechou com 2.248,3 mil unidades, alta de 11,6% sobre 2020. No ranking global de produtores, o Brasil retomou a oitava colocação perdida no ano anterior para a Espanha. Para 2022, a expectativa é de um aumento de 9,4%, com 2,46 milhões de unidades produzidas.

Fábrica da Fiat em Betim, Minas Gerais

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Mercado interno – Como ocorre tradicionalmente, o último mês do ano foi o de maior volume de vendas, com 207,1 mil unidades licenciadas. Mesmo assim, foi o pior dezembro em cinco anos. O acumulado chegou a 2,12 milhões de unidades, apenas 3% acima de 2020, o que manteve o Brasil na sétima colocação do ranking global, por poucas unidades atrás da França. Para este ano, a ANFAVEA projeta vendas de 2,3 milhões de autoveículos, uma alta de 8,5% sobre 2021.

Exportações – A rápida recuperação após o pico da pandemia em mercados como Chile, Colômbia, Peru e Uruguai ajudou a impulsionar as exportações de veículos brasileiros, apesar das restrições comerciais impostas pelo governo argentino. Com isso, as 376,4 mil unidades exportadas representaram crescimento de 16% sobre o ano anterior. Pela primeira vez, a Argentina representou menos da metade dos embarques nacionais (34% do total). Em valores, as exportações tiveram alta ainda maior, de 37,8%, por conta do envio mais representativo de veículos com maior valor agregado, como caminhões e SUVs. Para 2022, a expectativa é de exportar 390 mil unidades, um incremento de 3,6% sobre o ano anterior.

Fábrica da Volkswagen, em São Paulo

Empregos – As vagas diretas em fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus tiveram ligeira queda em relação a dezembro de 2020, de 0,2%. O setor fechou o ano com 101,1 mil empregados. O quadro é de estabilidade, apesar do fechamento de algumas fábricas no início de 2021 e das constantes paradas de produção em função da falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem.

Expectativas – Na primeira coletiva de imprensa do ano, o Presidente da ANFAVEA adotou um tom de otimismo moderado. “Temos uma indústria resiliente, que trabalhou de forma intensa para proteger seus funcionários nesses dois anos de crise, mitigar perdas e manter investimentos em produtos, dado que entramos em 2022 com uma nova e rigorosa fase do Proconve para veículos leves, que reduz ainda mais as emissões dos automóveis brasileiros”, destacou. “Apesar das turbulências econômicas e do ano eleitoral, apostamos numa recuperação de todos os indicadores da indústria, que poderiam ser ainda melhores se houvesse um ambiente de negócios mais favorável e uma reestruturação tributária sobre os produtos industrializados”, concluiu Moraes.

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