A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo revisou sua estimativa de produção de bicicletas para este ano. A nova perspectiva é fechar o ano com 750 mil unidades produzidas, volume muito próximo ao registrado em 2021 (749.320 bicicletas). A expectativa inicial anunciada era fabricar 880 mil bicicletas.
O vice-presidente do segmento de bicicletas, Cyro Gazola, afirma que o segmento registrou, em dois anos consecutivos, aumento significativo na demanda pelo modal utilizado nas mais diversas formas como transporte individual, instrumento de trabalho e lazer. “Esse foi um movimento que aconteceu no mundo inteiro, principalmente no Brasil. Hoje passamos por uma nova realidade e estamos adaptando a produção para atender a nova demanda”, explica. “As bicicletas de entrada, que tiveram um “boom” de vendas nos últimos dois anos, agora têm uma procura menor, enquanto os modelos de médio e alto valor agregado tiveram aumento significativo na demanda”, completa.
Diante desse cenário, as fabricantes estão trabalhando para ajustar suas linhas de produção e negociando com toda a cadeia logística para atender ao novo momento do mercado. Gazola explica que esse reajuste de produção, no entanto, não acontece de uma hora para a outra e requer um novo planejamento bastante minucioso.
Além disso, o segmento continua impactado pela escassez de peças e componentes, um problema global que atinge diversas fabricantes. Cerca de 50% dos insumos são provenientes de fornecedores mundiais, principalmente do continente asiático. Entre os componentes que estão em falta, destacam-se sistemas de freios, sistemas de transmissões, suspensões e selins.