Coração: a única coisa que não pode ser colocada na sua empresa
Homens e mulheres de negócios são pessoas responsáveis por difíceis tomadas de decisões em uma corporação e, claro que o objetivo é que essas decisões sejam, na sua grande maioria, assertivas.
Em uma negociação, certamente devem existir interesses mútuos entre os dois lados. Quando um negociador se sensibiliza com coisas relacionadas à emoção, ele tende a fechar o negócio em desvantagem, o que consequentemente vai lhe representar algum problema a curto, médio ou longo prazo.
Conheci uma vez um grande empresário aqui no Brasil chamado Andrew, que tem muito a nos ensinar sobre decisões baseadas em sentimentos e o quanto isso lhe custou.
Luciano era o nome de seu novo motorista que estava substituindo o antigo. Logo no período de experiência, Andrew percebeu alguns deslizes de regras de trânsito, mas preferiu relevar. Ao longo do primeiro mês, Andrew viu o quanto Luciano era uma pessoa boa, pai de 5 filhos, morava de aluguel, alguém bem necessitado do emprego, pois era sua única fonte de renda.
Mas, ao longo desse mês, além de conhecer a história difícil de Luciano, Andrew também percebeu o quanto o novo motorista era irresponsável no trânsito e despreparado. E logo viu que o seu motorista não tinha perfil para a função que estava exercendo, pois estava sempre colocando sua vida em risco.
Conduzido por seu coração, Andrew decidiu conversar com Luciano e pontuar todas as suas falhas como motorista. Mas o período de experiência estava por findar e ele continuava a cometer os mesmos erros.
As chances que Luciano recebeu de seu patrão não tinham ligação com o grau de competência de seu funcionário, mas sim da situação como pessoa de seu funcionário, dando-lhe chances, torcendo para que Luciano conseguisse se superar e vir a se tornar um profissional competente no seu ofício, para que sua família tivesse um pai empregado provendo suas necessidades.
Mas um dia, no caminho entre a sua residência e o trabalho aconteceu um grave acidente onde quase lhe custou a vida pela gravidade do acidente, e na investigação a perícia divulgou o resultado da causa que deixou Andrew apavorado: imprudência do motorista. E mais, ao analisar a documentação do causador do acidente a perícia descobriu que Luciano nunca havia tirado sua habilitação e a que ele possuía era falsa.
Andrew, mesmo já sabendo que seu motorista não tinha um perfil para o cargo, se deixou levar pelo coração acreditando que estaria ajudando, mas sua decisão emotiva quase lhe custou a vida!
No mundo coorporativo é muito comum essa ligação de sentimentos, muitos empresários acabam colocando o coração em suas empresas.
Precisamos ter clareza sobre essa abordagem para que faça sentido: É muito importante que você, como empresário(a), dedique seu tempo, esforço, trabalho ao seu negócio, porém talvez, não seja uma boa ideia colocar o coração, pois onde está o seu tesouro está também o seu coração.
Todas as relações e decisões corporativas devem ser racionalizadas pela razão!
Empresas pequenas, médias ou grandes sempre têm os mesmos destinos: serão vendidas, herdadas ou poderão falir um dia. Vejamos caso a caso:
Herdar
Quem construiu uma empresa de sucesso teve que trabalhar muito e só quem chegou a esse patamar sabe o quanto foi difícil e o quanto seria realizador saber que seus sucessores deram continuidade ao seu legado e sua história.
Temos aqui no Brasil um bom exemplo de grande empresa que foi herdada e seus sucessores deram continuidade e seguem crescendo até os dias atuais: o grupo Telles, da cachaça Ypióca.
Inovação, empreendedorismo e compromisso socioambiental são características que definem o Grupo Telles. Cinco gerações marcam a história da mais antiga empresa em atividade no Brasil, nas mãos de uma mesma família.
Tudo começou em 1843 com a vinda do português Dario Telles de Menezes para o Brasil, que trouxe consigo um alambique de cerâmica com o qual, já instalado na cidade de Maranguape, na fazenda Ypióca, iniciou a produção de aguardente de cana de açúcar no ano de 1846.
A partir de 1895, a segunda geração da família Telles Dario Borges Telles assume o controle e moderniza o processo de produção. E assim como seu pai, nomeia seu filho mais velho, Paulo Telles Campos como seu sucessor.
Atualmente a empresa está na quinta geração, não para de crescer e a diversificar seus negócios no mundo.
Vender
Diferente do que muita gente imagina, vender uma empresa pode ser algo muito bom! Devemos empreender e construir uma empresa para ser vendida ou como se fosse vender para alguém! A lógica é simples: você compraria sua própria empresa? Se você mesmo não compraria, por que será, que outra pessoa poderia comprar?
Normalmente vender empresas significa antecipar anos de lucros sem precisar trabalhar e certamente quem vender vai estar muito bem para dar outros voos no mundo empresarial. E é bem verdade que outras pessoas acabem vendendo suas empresas por motivos que não são nada nobres, talvez até por necessidade de salvá-la de situações adversas, mas independente do motivo, quando se tem o coração entregue à empresa, esse processo de desligamento emocional pode se tornar muito mais difícil.
Existem casos que o dono está tão ligado emocionalmente ao negócio que acaba perdendo grandes chances de fazer um bom negócio na hora que surge alguma oportunidade, ou até sabota oportunidades que poderiam ser bem lucrativas.
Esse não foi o caso de Flavio Augusto, que preparou sua empresa “Wise Up”, a tornou uma grande empresa, fez muito sucesso e quando surgiu a oportunidade, negociou e a vendeu.
Foi em 2013, no ápice, a Wise Up tinha 393 filiais e foi vendida para o Grupo Abril Educação por R$ 877 milhões. Mas dois anos depois, em crise, ela foi oferecida novamente a Flavio Augusto, que aceitou recomprá-la por um valor bem menor, R$ 398 milhões, em dezembro de 2015.
Flávio Augusto vendeu 35% da Wise Up para o fundador da Wizard, Carlos Wizard, que pagou R$ 200 milhões pela sociedade – O empresário Carlos Wizard Martins — fundador da rede de escolas de idiomas Wizard, que atualmente pertence à Pearson.
Nesse caso de Flavio Augusto a venda da sua empresa abriu as portas para o mundo, e logo em seguida o empresário comprou um clube de futebol nos Estados Unidos e não parou mais de crescer!
Falir
Infelizmente a falência de uma empresa é algo que não podemos prever se um dia vai acontecer ou não, mas que é uma probabilidade eminente com certeza é, pois empresas são negócios de alto risco agregado.
Existe uma série de fatores que pode levar uma empresa à falência. Um dos maiores motivadores é a má gestão, e outros inúmeros fatores, como a falta de planejamento, guerra de preços, clientes insatisfeitos, funcionários sem comprometimento.
E o grande problema dessa situação é que o empresário em sua maioria muito resiliente, persistente, sempre muito otimista acaba confundindo persistência com insistência e muitas vezes quando a empresa começa a descer a ladeira e pega velocidade, nem sempre pode compensar correr o risco para salvá-la.
É justamente nesse momento que essas pessoas, por terem o coração na empresa, acabam tentando salvar e morrendo junto com suas empresas.
Empresas são fontes de renda, e se por acaso essa fonte vem a secar, deve-se buscar outra. O que não vale a pena é acreditar que a vida acabou porque a fonte já não jorra mais.
Desistir nunca foi uma opção! Abrir mão de uma empresa porque deu errado, não quer dizer que você esta desistindo.
Quantas histórias de pessoas de grande sucesso você conhece que já quebraram, talvez até várias vezes, e surgiram logo depois muito mais fortes?
A vida é feita de ciclos: tem começo e fim.
Em tudo o que decidir fazer, faça de coração, com determinação! Acredite em você, acredite na sua intuição, e dê menos importância ao que os outros acham ou pensam de você, mas não coloque seu coração em coisas.
Não tenha medo de fracassar, todas as pessoas de sucesso já passaram por vários fracassos. É como se o sucesso fosse a consequência de vários pequenos fracassos anteriores.
“O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência.” – Henry Ford
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