Os últimos dois anos foram transformadores para as empresas e profissionais dos mais diversos setores da economia, impulsionados pelo ecossistema de inovação e tecnologias emergentes. Segundo o estudo The Future Of Jobs, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, o padrão de adoção das novas tecnologias varia entre as indústrias e o grande impacto está no deslocamento das atividades antes feitas pelos humanos para a execução por máquinas.
Erica Castelo, headhunter internacional, comenta que as empresas estão ficando cada vez mais exigentes por conta da Era Digital. “É preciso que o profissional se adapte às novas tecnologias que estão surgindo, o mundo corporativo exigirá dos humanos menos o “processamento” de dados e mais a análise crítica e a criatividade para inovar, a partir dos números e da abundância de informações existentes. Isso aumentará a demanda por novas funções de trabalho”, destaca a brasileira que vive e atua nos Estados Unidos há 8 anos.
Ainda segundo a especialista, “a pesquisa mostra também que, até 2025, cerca de 85 milhões de empregos serão eliminados por causa da aceleração de adoção de novas tecnologias, mas que, em comparação 97 milhões de empregos podem surgir através de funções adaptadas a essa nova realidade de divisão de trabalho entre humanos e máquinas. Ou seja, o saldo ainda é positivo, mas é preciso estar preparado”.
A seleção das tecnologias a serem adotadas pelas empresas, segundo o estudo, foram organizadas através de probabilidades. Nuvem, BIG data e e-commerce estão no topo da lista, assim como em anos anteriores. Porém, o interesse aumentou em áreas de criptografia, robôs e inteligência artificial.
“Big data, robôs e internet das coisas (IOT) são tecnologias cada vez mais utilizadas em empresas de mineração e metais. Já a criptografia está crescendo nos setores públicos e a IA é amplamente adotada por empresas de serviços financeiros, saúde, transporte e no universo da comunicação e informação digital”, destaca a headhunter internacional Erica Castelo.
Seguindo a tendência desses avanços tecnológicos, dentre os trabalhos em demanda crescente estão os especialistas em análise de dados, IA, Big data, desenvolvedores de software e aplicativos, especialistas em transformação digital e marketing digital, profissionais de desenvolvimento de negócios. Como nova tendência de alta, surgem os especialistas em automação e segurança da informação como reflexo da aceleração da automação e ressurgimento dos riscos cibernéticos.
Um conjunto de funções está surgindo de maneira distinta em setores específicos. Isso inclui engenheiros de materiais no setor automotivo, especialistas em comércio eletrônico e mídia social no setor de consumo, engenheiros de energia renovável no setor de energia, engenheiros FinTech em serviços financeiros, biólogos e geneticistas na saúde, bem como cientistas e técnicos em sensoriamento remoto em Mineração. A natureza dessas funções reflete a trajetória em direção à inovação e crescimento desses setores.
Em compensação, trabalhos como o administrativo, secretariado, contabilidade, pagamentos, atendimento a clientes, operadores de máquina, continuam numa queda acentuada.
Diante desse cenário disruptivo, nunca foi tão necessário que se acompanhe as tendências do mercado de trabalho, para que todos as empresas e colaboradores possam se planejar e se preparar para esse futuro.
Sob o ponto de vista humano, como enxergar oportunidades no mercado, ao invés de ameaças? “Focando-se nas habilidades comportamentais os chamados soft skills” – segundo a especialista. Algoritmos e máquinas serão focados principalmente nas tarefas de processamento e recuperação de informação e dados, tarefas administrativas e alguns aspectos do trabalho manual tradicional. As tarefas em que se espera que os humanos retenham sua vantagem comparativa incluem gerenciamento, aconselhamento, tomada de decisão, raciocínio, comunicação e colaboração. Erica ainda complementa: “Num mundo tão tecnológico, o fator humano nunca foi tão essencial”.