Márcia Catunda

Burnout: as prioridades estratégicas para o RH no cenário atual

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1 de dezembro de 2020
Márcia Catunda

2020 foi sobretudo um ano atípico marcado por muitos acontecimentos que nem os mais assíduos especialistas conseguiriam prever. A psicóloga Nayara Teixeira, da MAPA, alerta para a saúde das equipes nesse cenário. “As pessoas não estavam nem psicologicamente e nem financeiramente preparadas para a pandemia”, pontua ela, que também é especialista em psicologia no ambiente de trabalho.

Burnout: as prioridades estratégicas para o RH no cenário atual

Nayara Teixeira também faz um alerta: os gestores precisam estar preparados para entender as implicações da pandemia na saúde mental dos funcionários.

Dentro do “novo normal” imposto desde março, para ela, um dos principais problemas dos RHs tem sido lidar com o esgotamento dos funcionários. “Foi necessária muita energia para enfrentar tudo que aconteceu até aqui. Funcionários em home office. Crise econômica. Famílias compartilhando espaço para trabalho e estudo. Desafios e incertezas sobre o futuro e todos os impactos disso”, explica.

Esse “esgotamento” dos profissionais também é conhecido por outro nome quando é diagnosticado como uma patologia: Síndrome Burnout. Caracterizada pela exaustão física e psíquica, o transtorno está registrado no grupo 24 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID-11).

“Essa condição impactará a saúde mental, e consequentemente o corpo do indivíduo. Um estresse crônico, em conjunto com a autocobrança excessiva destroem as forças do funcionário”, alerta a psicóloga que vai além. “Muito adoeceram pelo desgaste da pandemia e outros que já estavam doentes tiveram os sintomas agravados”.

Segundo a psicóloga, solidão, cobrança e a própria incerteza quanto ao futuro contribuem para a atenuação do estresse. “Tanto a liderança, quanto os colaboradores estão vivendo uma nova realidade em que enfrentam desafios que não eram esperados. Todos precisam entender essas diferentes perspectivas e traçar um plano comum para melhorar a qualidade de ambos”.

De acordo com a psicóloga da MAPA Avaliações, é normal que gestores cobrem mais diante de dificuldade. Não por maldade, mas por desejar que suas equipes produzam aquilo que de fato são capazes. “Porém, os fatores incomuns da pandemia impactam na produção dos funcionários que acabam se esgotando”.

A saúde mental já era uma preocupação dos RHs no Brasil e o cenário atual apenas acelerou essa premissa. “Nos últimos anos vimos um crescimento da preocupação com a psicológico das pessoas. Isso também é uma realidade no mundo corporativo. Sabemos que funcionários mais felizes não só produzem mais, mas lidam melhor com adversidades”.

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