Márcia Catunda

Os desafios das mães no mercado de trabalho

Compartilhe:
6 de maio de 2021
Márcia Catunda

Neste domingo comemoramos o segundo Dia das Mães em plena pandemia aqui no Brasil. E elas têm o que celebrar? Se antes já enfrentavam preconceito, demissões sem justa causa por conta da maternidade e falta de apoio, agora, com o home office, agravou a situação: o acúmulo do trabalho e dos cuidados com os filhos fez 30% das mulheres considerarem deixar a carreira desde o início da pandemia, segundo pesquisa da Kearney feita nos EUA. “O home office criou dificuldades para todos os profissionais, mas as mães, que já conviviam com a sobrecarga, foram as mais afetadas”, afirma Daiane Andognini, CEO da HUG, consultoria de gestão de pessoas.

Os desafios das mães no mercado de trabalho

Para evitar essa perda de profissionais, as empresas têm papel importante: é necessário uma profunda revisão na cultura, nas lideranças, na maneira como a licença-maternidade e a volta ao trabalho são conduzidas internamente. “Nas empresas de base tecnológica, por exemplo, essa realidade tem mudado bastante. Hoje, muitas startups já enxergam que a mulher que é mãe pode ter uma resiliência e maturidade maior frente aos desafios das empresas e do trabalho”, pontua a especialista.

Para reter esses talentos, oferecer benefícios como creches ou auxílio-creche, horários flexíveis e menor jornada de trabalho, por exemplo, podem permitir às mães conciliarem com mais tranquilidade o trabalho e os filhos. “A oferta de licença-paternidade também é um importante passo, pois olha para os pais e não só para as mães. As empresas devem caminhar na questão da equidade de gênero, pois as mulheres ainda são menos em cargos de liderança e também em conselhos de administração. É preciso atuar mais para equilibrar essa balança, que ajudará as profissionais que são ou serão mães”.

O levantamento ESG Mulheres na Liderança mostra que 43,5% das empresas listadas na bolsa de valores brasileira não têm nenhuma mulher no conselho de administração. Segundo dados recentes do IBGE, a remuneração do trabalho para mulheres é, em média, 20,5% menor que a dos homens. A diferença chega a 38% em cargos gerenciais. Os dados também apontam que, em 2019, a proporção de mulheres sem filhos de até 3 anos de idade com um emprego era de 67,2%. Entre as profissionais com filhos nessa faixa etária, o total de mulheres empregadas caía para 54,6%.

Ainda há um longo caminho a percorrer, mas muitas empresas já tomaram a dianteira para mudar essa situação. E os benefícios de contar com esses talentos na empresa são muitos. Segundo estudo da OIT, mais de 60% das empresas lideradas por mulheres registraram melhores resultados, além de melhorias na captação e manutenção de talentos, criatividade, inovação e melhoria no atendimento às necessidades dos consumidores. “A cultura do feminino dentro das empresas aborda o emocional, o afetivo, o cuidado… Pontos importantes para conseguirmos um bom ambiente de trabalho, que é o que todos procuram”, finaliza Daiane.

WhatsApp do GCMais

NOTÍCIAS DO GCMAIS NO SEU WHATSAPP!

Últimas notícias de Fortaleza, Ceará e Brasil

Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp.