Márcia Catunda

Equipes multiculturais: como gerir a diversidade

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1 de agosto de 2022
Márcia Catunda

*Por Eliane Iwasaki

Equipes multiculturais: como gerir a diversidade

Nos últimos anos, o mercado viu uma mudança drástica no modelo de trabalho. A necessidade de ter as equipes em um espaço físico deixou de ser uma prioridade, visto que as pessoas conseguiram manter a produtividade em trabalho remoto. Sendo assim, partindo da premissa que as barreiras geográficas não são mais um impedimento para contratações equipes multiculturais tem se tornando uma realidade nas organizações. Nesse cenário, discutir as tendências de treinamentos e o futuro da aprendizagem corporativa tem sido cada vez mais necessário.

Recentemente muitas empresas se viram diante do grande desafio que é pensar os processos de transformação digital em um mundo cada vez mais ágil. Quando se tem colaboradores de diferentes nacionalidades em equipes multiculturais, não apenas o idioma torna-se uma barreira, mas também a linguagem não verbal e as questões culturais que compõem a vivência de cada indivíduo. Por isso é tão importante cuidar da comunicação, oferecer treinamento e aperfeiçoamento do inglês, minimizando assim, os obstáculos da comunicação e melhorando as interações.

Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, em 2020, 55% dos orçamentos das empresas destinaram-se à formação de líderes e 62% das empresas já são adeptas do ensino a distância (EAD) e e-learning, sendo este último responsável por cerca de 25% de todos os treinamentos corporativos realizados no Brasil.

Mas oferecer conteúdos padronizados e genéricos não é mais o suficiente. É preciso buscar um modelo que associa tecnologia às abordagens em que as pessoas estudam por meio de experiências, projetos e vivências em que podem atuar como protagonistas de seu crescimento.

Em uma perspectiva “faça você mesmo”, é o aluno e sua rotina que dão o ritmo do progresso. Por isso, cada vez mais é preciso personalizar a trilha de desenvolvimento de acordo com as necessidades reais de cada um.

Somente ao entender as dores, necessidades e forças de cada indivíduo é que é possível oferecer contextualização e conteúdos que sejam relevantes e úteis para o dia a dia de cada um. Colocar o colaborador no centro da gestão de conhecimento gera engajamento e resultados melhores para os objetivos traçados pelas organizações.

Para além do treinamento, as empresas que possuem um time diverso também precisam se preocupar com novas contingências para as quais devem se preparar. Isso inclui fusos horários variados, normas culturais e barreiras de comunicação. É preciso garantir que todos os membros da equipe possam se comunicar e colaborar independentemente do tempo, idioma ou diferenças culturais. Mas como melhorar a comunicação de equipes multiculturais?

1 – Criar diretrizes para os e-mails

Muito da comunicação da equipe será por e-mail. Por isso, crie algumas regras simples, porém importantes, para garantir que as pessoas se entendam. Por exemplo, evitarem siglas e gírias, já que são locais e podem dificultar o entendimento dos outros colaboradores. Além disso, é importante que o texto seja simples e conciso. Cada cultura tem uma forma mais ou menos direta de se comunicar. Se todos seguirem essa indicação, mal entendidos e aborrecimentos podem ser evitados.

2 –  Oferecer treinamento de diversidade

À primeira vista parece desnecessário, mas acredite, faz diferença. Cada membro da equipe tem formas diferentes de resolver conflitos, comemorar e se comunicar. Além disso, também existem as diferenças nos gestos, espaço pessoal, comunicação visual, entre outros. Se a empresa tem equipes multiculturais, forneça treinamentos para que todos entendam como trabalhar em um ambiente diverso.

3 – Criar um padrão de comunicação não verbal

A fluência no idioma pode ser uma barreira para interação entre os membros. Para ajudar nisso, um padrão de cores e símbolos para os temas ou tipos de trabalho pode ser criado. Além de facilitar o entendimento global, isso também ajuda a deixar painéis de controle e relatórios mais visual, agilizando a busca por determinadas informações.

4 – Comunicação transparente

Abrir espaço para conversar com cada novo colaborador e explicar a cultura da empresa é primordial. É importante também que exista oportunidade para o colaborador contar seus costumes e como se comunica. Incluir o aprendizado no treinamento de diversidade e compartilhar com a equipe  possibilita uma linha de comunicação aberta, e o novo colaborador poderá se expressar e falar como se sentiu com cada situação.

5 – Incentivar o respeito às diferenças

Os gestores precisam aprender sobre a cultura de cada colaborador. Afinal, o respeito precisa vir de cima e a gestão deve dar o exemplo e entender que, quanto mais informação cultural, mais fácil será o tratamento.

Quando uma empresa investe na diversidade, os lucros e os resultados também são melhorados e influenciados constantemente. De acordo com um estudo da McKinsey & Company, instituições com pluralidade racial e étnica têm 35% mais condições de obter rendimentos acima da média em sua área. Além disso,organizações com pluralidade de gênero, por sua vez, têm 15% mais chances de ter rendimentos acima da média. Nos Estados Unidos da América (EUA), para cada 10% de aumento na diversidade racial ou étnica na equipe de executivos, os lucros aumentam 0,8%.

O multiculturalismo pode apresentar bons resultados financeiros e mercadológicos, e para isso, é preciso lidar com a diversidade dos colaboradores e extrair o máximo possível de suas culturas de forma positiva.

*Eliane Iwasaki é Head of Revenue Growth da Voxy, empresa que atua em 150 países e soma mais de 4 milhões de usuários. A Voxy é uma edtech de conteúdo 100% personalizável que oferece treinamentos corporativos de inglês adaptados às diferentes áreas de atuação das empresas.

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