Márcia Catunda
Coluna + Emprego

Pesquisa revela que 55% dos respondentes sentem que não têm muitas oportunidades de carreira agora

O levantamento também mostrou que 50% se demitiram se sentissem que não são reconhecidos pelo trabalho e se sentissem pouco valorizados

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3 de outubro de 2022
Márcia Catunda

O ambiente de trabalho mudou. Novos valores, como crescimento profissional e bem estar ganham mais e mais espaço entre quem procura emprego. De acordo com uma pesquisa feita pelo Indeed, site de empregos número 1 do mundo, com 840 trabalhadores, quando precisam decidir entre ofertas de trabalho com os mesmos benefícios, salário e modelo de trabalho, vagas que oferecem plano de carreira e apoio para saúde mental levam vantagem, afetando positivamente a decisão de 62% e 48% das pessoas, respectivamente. Em comparação, folgas remuneradas são a preferência de apenas 38% dos respondentes.

Pesquisa  revela que 55% dos respondentes sentem que não têm muitas oportunidades de carreira agora
50% se demitiriam se sentissem que não são reconhecidos pelo trabalho e se sentissem pouco valorizados. Imagem: divulgação

A pesquisa também mostrou que, quando questionados sobre o que mais consideram na hora de aceitar uma proposta de emprego, 69% dos trabalhadores preferem plano de saúde, auxílio para transporte, vales de alimentação e licença maternidade/paternidade a benefícios financeiros, como divisão de lucros ou  bônus por metas (44%). Isso mostra como funcionários agora valorizam mais o bem estar e desenvolvimento.

Funcionário em primeiro lugar 

Ser valorizado e ter o trabalho reconhecido são pontos importantes a se destacar em uma empresa que visa o bem estar do pessoal. A pesquisa do Indeed mostra que 55% dos trabalhadores sentem que não têm oportunidades suficientes de carreira agora, e 50% deixaria o atual emprego se sentissem que não são reconhecidos pelo trabalho e se sentissem desvalorizados no ambiente corporativo.

“Oferecer benefícios focados no desenvolvimento de carreira e pessoal é algo oportuno não apenas para o funcionário, mas também para o crescimento da empresa e, consequentemente, da produtividade. Isso reduz o turnover e aumenta a retenção de talentos. Um funcionário satisfeito e autoconfiante gera progresso em todas as áreas da empresa,” garante Felipe Calbucci, Diretor de Vendas do Indeed no Brasil.

Mesmo assim, é possível ver o otimismo dos trabalhadores em relação ao mercado de trabalho brasileiro e gestão de carreiras, pois 90% dos respondentes disseram que estão otimistas em terem mais oportunidades de carreira no futuro.

Reflexos de um ambiente de trabalho saudável 

Quando um gerente consegue observar o que é importante para o funcionário, e entender desejos e necessidades, também consegue se aproximar do time e controlar de maneira certeira o turnover dentro da organização.

Questionados sobre o que os faria abandonar o emprego atual, problemas relacionados ao ambiente de trabalho se destacaram entre os respondentes: a maioria disse que sairia do trabalho se o ambiente fosse “tóxico” (55%) ou se testemunhassem algum tipo de discriminação, injustiça ou abuso (40%). Além disso, 45% também disseram  que deixariam o trabalho atual por insatisfação, mesmo se não tivessem outra vaga em vista.

“Entender as novas necessidades e o que permeia o imaginário social do trabalhador hoje é  um enorme diferencial, com o potencial de atrair e reter talentos que estão procurando um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional no mercado de trabalho. A geração que chega agora vai criar novos panoramas e ressignificar o que realmente importa numa instituição,  ou seja, o próprio funcionário,” conclui  Calbucci.

Impactos recentes da pandemia na vida profissional

A maneira com que a pandemia afetou psicologicamente as pessoas criou uma dinâmica corporativa que busca alternativas para compensar o desgaste do isolamento social. De acordo com Calbucci, com a pandemia, novas prioridades surgiram, e com elas, a necessidade de olhar para si mesmo. “Os funcionários de hoje procuram o tempo todo por um emprego que dê resultados positivos em todos os aspectos da vida. Não apenas no trabalho, mas como o trabalho afeta a vida pessoal deles,” disse.

Movimentos como o Quiet Quitting, ou seja, estabelecer limites entre a vida pessoal e profissional, estão cada vez mais inteligentes e são um exemplo desses novos valores retratados principalmente pelas gerações mais novas. Também são uma estratégia daqueles que aspiram lutar contra o excesso de trabalho e sobrecarga tanto psicológica como física do trabalhador, em oposição, por exemplo, à personalidade workaholic. Isso se reflete numa realidade onde, conforme a pesquisa do Indeed, 42% das pessoas sentem que colocam o trabalho acima de aspectos importantes da vida pessoal, como amigos, saúde e família.

Metodologia 

A pesquisa do Indeed foi conduzida com 840 trabalhadores brasileiros para investigar as preferências e prioridades do ambiente de trabalho e mercado de trabalho. A pesquisa foi conduzida online em agosto de 2022. Para comparar os resultados entre a Geração Z e os Millennials, consideramos a noção do Pew Research Center, que define Millennials como aqueles nascidos entre 1981 e 1996, e Geração Z entre os nascidos a partir de 1997. Responderam à pesquisa 408 pessoas da Gen Z (entre 18-25 anos) e 432 Millennials (26-41).

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