O universo dos computadores, códigos e softwares foi, durante muito tempo, dominado pelos homens. Atualmente, a disparidade de gênero do setor ainda é grande, mas algumas iniciativas têm ajudado a aumentar a presença feminina na tecnologia.
Trabalhar nessa área não era uma ideia para a estudante de engenharia mecânica Anna Luiza Vasconcelos e nem para a aluna de análise e desenvolvimento de sistemas Elaine Guedes. Durante a infância, ambas chegavam a sonhar com profissões como professora, dentista e artesã.
Hoje aos 20 e 25 anos, respectivamente, Anna Luiza e Elaine usam a criatividade para desenvolver projetos na área de tecnologia em um programa de estágio fundado na cidade de Fortaleza (CE) pela Gocase, empresa especializada em acessórios para celular.
Foi o “Programa de Estágio Mulheres em Tech” que uniu essas histórias e trouxe para as estudantes a possibilidade de iniciar no mercado de trabalho em um ramo ainda predominantemente ocupado por homens.
Programa de Estágio Mulheres em Tech
O interesse pela tecnologia surgiu de forma natural para Anna e Elaine. Após algumas aulas na faculdade e conversas com amigos, elas perceberam que a área poderia ser uma boa opção, mas ainda encontravam dificuldades para achar vagas que oferecessem oportunidades profissionais dentro do setor.
Segundo Anna Luiza, um dos principais atrativos foi a descrição da vaga, que buscava incentivar a participação feminina nas áreas de tecnologia, principalmente no setor de desenvolvimento. Além disso, a marca tinha como objetivo fornecer conhecimento e treinamento durante o processo seletivo sobre a stack principal da Gocase: o Ruby on Rails.
Segundo a Analista de Gente e Gestão da Gocase, Beatriz Fiuza, o programa aconteceu de forma orgânica e contou com etapas que identificaram os perfis das candidatas, mas também, as capacitaram. O interesse era selecionar estagiárias que, mesmo sem conhecimento técnico para desenvolver as atividades, estivessem alinhadas com os valores da marca.
No fim do processo, Anna Luiza e Elaine destacaram-se e, ao serem selecionadas, receberam o apoio do time de desenvolvedores da Gocase para obter mais conhecimento, tirar dúvidas e propor ideias para a empresa.
“Está sendo maravilhoso. Duas desenvolvedoras me acompanham de perto com a parte técnica e posso sempre recorrer a elas. Todos me acolheram muito bem e me sinto abraçada pela equipe. A prática é sempre a melhor forma de aprender, então tem tido muito trabalho, mas também muito estudo. Estou feliz com meus resultados até aqui”, avalia a estagiária Elaine.
Para Elaine, a prática de trabalho está sendo uma experiência positiva (Foto/Gocase)
Iniciativa abre portas para um futuro
A iniciativa da Gocase vai na contramão do mercado de tecnologia, já que a área é predominantemente ocupada por homens. De acordo com o relatório “Mulheres na Tecnologia”, realizado em 2021 pelo portal TrustRadius, 72% das equipes do setor no mundo são formadas na proporção de uma mulher para cada dois homens. Outros 26% dos times de tecnologia contam com cinco colaboradores para cada funcionária.
O processo seletivo exclusivo para mulheres vai ao encontro de outras ações afirmativas capitaneadas pela Liga de Diversidade da Gocase. Segundo a Desenvolvedora, Aline Ramos, a liga promove atividades de conscientização sobre temas como igualdade de gênero, nomenclaturas da sigla LGBTQIA+, colorismo e práticas anti-racistas.
“A ideia é expandir nossas ações para que a empresa não só construa um ambiente diverso internamente, mas para causar impacto social externamente”, aponta Aline.
Para mulheres que desejam ingressar na área de tecnologia, novas oportunidades como essa serão abertas em breve. “Ainda não temos uma data definida para o próximo programa, mas acreditamos que, no ano que vem, conseguiremos nos organizar melhor para fazer esse momento ser ainda mais rico. Enquanto isso, é possível acompanhar as vagas pelo Instagram @universogocase, na página de carreiras – gocase.gupy.io – e no Linkedin”, informa Beatriz Fiuza.