Com a rotina atribulada dos dias de hoje, e o excesso de afazeres – seja na rotina profissional ou na pessoal- problemas como a Síndrome de Burnout preocupam devido ao aumento de casos. De acordo com a pesquisa da Gattaz Health & Result, 18% dos profissionais brasileiros sofrem com o transtorno, e em âmbito mundial, um total de 39,6 milhões de indivíduos já foram diagnosticados segundo dados da 72ª Assembléia Mundial de Saúde, de 2019.
Tais números servem de alerta para gestores de empresas, e as corporações e lideranças buscam, cada vez mais, adotar medidas para garantir um ambiente profissional saudável, e proteger a saúde mental dos colaboradores. Para Tonia Casarin, autora best-seller e especialista em liderança, o burnout pode ser resultado da gestão inadequada de equipes. “A sobrecarga de trabalho e a percepção de falta de controle podem agravar os sintomas dessa síndrome, gerando problemas de saúde física e mental e refletindo em baixo desempenho na equipe toda”, avalia ela.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os principais sintomas da doença, estão: cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga. pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais, e alteração nos batimentos cardíacos.
A pandemia da Covid-19 fez com que as pessoas refletissem mais sobre sobrecarga, esgotamento mental e a importância de integrar o trabalho em suas vidas . “Com a pandemia, as pessoas viram o risco da morte e passaram a rever suas prioridades, inclusive suas escolhas profissionais. ”, comenta a especialista. E acrescenta: “Burnout não é somente se sentir cansado e com muitas tarefas. É um problema multifacetado que requer uma solução multifacetada. Antes de tudo é preciso entender o que está contribuindo para o esgotamento das pessoas na sua empresa.”
Pensado nisso, Tonia lista 4 práticas para evitar o transtorno na equipe:
Alinhe valores
Ao alinhar valores da empresa e o propósito da função com o trabalho de cada um, o time se sente pertencendo e alinhado em relação a motivação de todos. “Pesquisas já mostraram que os valores das pessoas conectados com os da organização pode ser um dos fatores que contribui parando burnout e muitas lideranças não estão atentas a isso.” Ensina Tonia.
Crie um ambiente seguro
A autora aconselha ter um ambiente de trabalho em que as pessoas se sintam seguras e confortáveis e assumir riscos nas suas relações interpessoais. Assim, os colaboradores compartilham ideias, sentem-se incluídos e contribuem mais para a equipe.
“O local de trabalho deve ser um lugar onde as pessoas se sintam seguras e cuidem uns dos outros. A liderança deve procurar ser inclusiva e ouvir todos para garantir a participação de todos na solução de problemas do time. Perguntar como está a carga de trabalho e como pode ajudar a priorizar pode ajudar para prevenir-nos-emos burnout, de forma a dar clareza ao time do que é mais importante.” Diz a especialista.
Comunidades de suporte
Promova troca e conexão entre as pessoas da empresa, com conversas informais que aproximem e conectem. Incentive a criação de grupos de suporte (ERG – employees resources Groups) e fomente o crescimento desses grupos. “A sensação de comunidade e os relacionamentos dentro da empresa são fundamentais para prevenir o burnout. Somos seres sociais e muitas pessoas se sentem sozinhas no trabalho, afetando sua saúde mental. “ explica Tonia
Reconheça o time
Uma equipe tem sempre diferentes tarefas a desempenhar, e saber que cada uma delas é importante é fundamental para criar uma cultura de apreciação. “O reconhecimento é necessário para que uma equipe continue se desenvolvendo e se empenhando para a entrega de resultados. Quando reconhecemos o esforço e as entregas de alguém, mostramos que ele faz diferença e isso reflete no seu engajamento e produtividade ”, finaliza a autora.
Sobre Tonia Casarin – Mestre em Liderança com foco no desenvolvimento de Competências Socioemocionais pela Universidade de Columbia (NY), é pesquisadora, palestrante e autora de best-sellers. Em outubro/22, irá lançar seu novo livro, sobre liderança exponencial, abordando aspectos socioemocionais, com foco no papel do líder e no ambiente corporativo. Atualmente, mora no Vale do Silício e trabalha com consultoria e desenvolvimento de lideranças.