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Alimentação fora do lar é porta de entrada para o primeiro emprego

Outro desafio atual se volta à informalidade no setor, que muitas vezes se manifesta na forma de trabalhadores autônomos e pequenos empreendedores que operam sem registro. Imagem: freepik

*Por Fernando Blower, Diretor Executivo da ANR

O setor de foodservice (restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, dentre outros)   desempenha um papel fundamental na economia global e, no Brasil, não seria diferente. Além de alimentar pessoas, também se consagra uma importante fonte de oferta de postos de trabalho, sendo o setor que mais emprega no país, especialmente para jovens entre 18 e 24 anos, em busca do primeiro emprego.

Para se ter uma ideia, o Brasil fechou o primeiro semestre de 2023 com um saldo positivo de mais de 1 milhão de empregos formais criados, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Só em junho desse ano, o mercado formal de trabalho brasileiro gerou 157.198 empregos com carteira assinada e o maior crescimento ocorreu justamente no setor de serviços, o qual pertence a alimentação fora do lar, com a criação de quase 77 mil vagas formais. Em restaurantes e afins, foram gerados, entre janeiro de 2022 e julho de 2023, 147.253 empregos diretos, o que dá ao setor o pódio de maior gerador de primeiro emprego do país.

Jovens que se encontram no momento de transição de vida estudantil para profissional, à procura de começar sua jornada de trabalho, encontram no foodservice um “colchão” de segurança que não apenas envolve independência financeira, como também habilidades essenciais ao dia a dia de todos, como atendimento/comunicação clara e fluida, gerenciamento de tempo e resolução de problemas.

Perspectivas de consolidação na área

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Muitos profissionais começam no ramo como atendentes ou auxiliares de cozinha e, com o tempo, tendem a avançar para cargos de liderança, gerência ou até mesmo se consagram donos de seus próprios negócios. Mas, para construir uma carreira bem-sucedida, é imprescindível investir em capacitação. Afinal, alcançar esse feito não acontece da noite para o dia, requer comprometimento e planos de ação. Trata-se de um setor complexo, que demanda bastante conhecimento técnico.

Um agravante é a falta de mão de obra qualificada que vem aumentando consideravelmente na alimentação fora do lar. Em 2022, essa era a preocupação de apenas 29% dos operadores de foodservice, sendo que até agosto de 2023 esse número saltou para 49%, de acordo com a última pesquisa da Galunion, conjuntamente com ANR (Associação Nacional de Restaurantes) e ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos).

Informalidade preocupa

Outro desafio atual se volta à informalidade no setor, que muitas vezes se manifesta na forma de trabalhadores autônomos e pequenos empreendedores que operam sem registro. Ao não considerarem obrigações fiscais e trabalhistas, a leniência com a informalidade cria uma concorrência desleal entre negócios e uma falsa impressão junto aos trabalhadores de que não haveria crescimento profissional no setor.

Pelo contrário, o setor cada vez mais é composto por empresas sérias e bem estruturadas, onde planos de treinamento e carreira são bem executados, proporcionando um excelente ambiente de aprendizado e crescimento profissional. Não se trata de mera ocupação, mas de uma gama de carreiras.

A empregabilidade no setor do foodservice brasileiro continuará a ser um tópico relevante para o país, exigindo esforços tanto por parte dos trabalhadores quanto dos empresários e legisladores. Para impulsionar esse motor econômico, promover carreiras prósperas e garantir a sustentabilidade do segmento, é essencial encontrar um equilíbrio entre a regulação, fomento, políticas públicas de capacitação técnica profissional e esforço coordenado de todos os agentes envolvidos.

*Fernando Blower é Diretor Executivo da ANR – anr@nbpress.com.br

Leia também |Diretora de RH dá dicas para jovens profissionais que buscam efetivação (gcmais.com.br)

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