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AI não será usada para recrutamento de líderes

Imagem: divulgação

A Inteligência Artificial gerou um burburinho no mercado de recrutamento e seleção, o que mais vemos por aí são artigos analisando os benefícios (e os desafios) da nova tecnologia no mundo do trabalho. Mas, indo na contramão do mercado, o headhunter e especialista em empresas que passam por processo de transformação e profissionalização Marcelo Arone enfatiza: “a Inteligência Artificial não está no caminho das grandes contratações”.

A frase soa pesada, mas o headhunter explica: “apesar de ser totalmente a favor da tecnologia e ter certeza de que a Inteligência Artificial veio agilizar e ampliar o potencial do mercado de seleção de candidatos, ajudando a automatizar tarefas repetitivas e reduzir inclusive erros na hora de selecionar muitos candidatos, ela não tem real serventia quando falamos de contratações de primeiro escalão”.

“Inclusive se pesquisarmos os resultados da atuação da AI no recrutamento, vamos ver que todas as medições de AI estão ligadas a experiência, desempenho e produtividade”, explica Arone, que segue: “todas estão ligadas a fatores técnicos. Nesse âmbito, a contribuição da tecnologia é incrível, não se pode negar”.

Ele lembra: “há um porém. Uma das características mais difíceis de se medir e que mais pode fazer diferença em uma contratação, especialmente se estamos falando de alto escalão, é a imprevisibilidade humana. Coisas como alterações de humor, cordialidade, clareza na comunicação, olho no olho e outros detalhes não podem ser medidos pela tecnologia”.

Marcelo enfatiza: “é possível pensar diferente do mercado e se perguntar: como a tecnologia pode escolher o melhor gestor para sua companhia? De que forma ela vai entender que aquele cara, mais do que uma sumidade no conhecimento que adquiriu, também é ponta firme e vai gerar segurança e bem-estar para uma equipe?”, reforça Marcelo. A resposta, segundo ele, é clara: “não vai. É nesse sentido que um headhunter experiente, que consegue aliar a tecnologia com técnicas de recrutamento, fará toda a diferença”, confirma.

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Para alguns sites de recrutamento, o uso da AI pode diminuir em até 70% o tempo o tempo para realizar um processo de seleção. Quem não quer essa agilidade, não é mesmo? Mas o famoso viés humano, na opinião do especialista, é a cereja do bolo de quem escolhe um líder, seja ele um CEO, um CFO ou um CTO. “Com a inteligência robótica, aumentamos a chance de ter mais candidatos com a expertise técnica exata de que precisamos. Mas é o olhar do recrutador, aliado à experiência dele sobre a cultura e os valores dos clientes, que vai escolher a pessoa certa para o cargo certo”.

Para ele, o que precisa acontecer é uma adaptação a novas ferramentas, numa espécie de “darwinismo corporativo”, termo utilizado pelo próprio headhunter para se referir à capacidade das pessoas, no mundo atual, de ajustar suas habilidades para o que o mercado demanda. “Mas”, enfatiza ele, “quando falamos em contratações de milhões, em um cenário muito mais restrito e especializado, não creio que perceberemos muitas mudanças”.

Talvez, a maior adaptação precise acontecer da porta da empresa para dentro: “os novos líderes precisam estar cada vez mais tecnológicos e se adaptar aos processos de inovação”, enfatiza Arone, que lembra: “mas escolher um grande líder ainda é, no final das contas, uma capacidade 100% humana”.

Quem é Marcelo Arone?

Marcelo Arone é headhunter e especialista em empresas que passam por processo de transformação e profissionalização. Há 15 anos atua com recrutamento e seleção pra alta liderança, C-Level e Conselhos. Em 2015 tornou-se Sócio Fundador da OPTME RH. Durante sua carreira já entrevistou mais de 10000 profissionais e contratou aproximadamente 400 pessoas pra mais de 130 clientes em diferentes segmentos.

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