Mundialmente generalizado, o etarismo é um dos principais empecilhos para que pessoas com mais de 50 anos vivam plenamente a “melhor idade”. De acordo com o Relatório Mundial sobre Idadismo, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada duas pessoas no mundo já apresentou ações discriminatórias contra idosos, preconceito que causa impactos diretos à saúde mental, física e ao bem-estar social da vítima, além de ter consequências econômicas para toda a sociedade.
Como um problema global, é fundamental que os caminhos para combatê-lo sejam sólidos e recorrentes. Além de políticas públicas antidiscriminatórias, é preciso encarar o desafio de conscientizar pessoas de todas as idades, seja por meio de intervenções educacionais, campanhas de marketing e até com o fomento à pesquisa e estudo do tema. Ou seja, é um percurso que envolve toda a sociedade, inclusive as empresas.
Para criar um ambiente mais inclusivo, criativo, diverso e resiliente, a rede de Farmácias Nissei, criou o projeto “Juntos 50+”, que reconhece as experiências de colaboradores com mais de 50 anos, promove conscientização e prepara a equipe para identificar e combater o preconceito da forma adequada.
“Todos temos um papel importante no combate ao etarismo. Entendemos que investir na conscientização de nossa equipe é a melhor forma de prevenir que o problema seja institucionalizado dentro e fora da empresa. Com o ‘Juntos 50+’, queremos celebrar a diversidade, somar conhecimentos e promover trocas construtivas entre pessoas de diferentes gerações”, explica Regina Molinari, diretora de Gente e Cultura da Nissei.
Histórias que inspiram
Entre os colaboradores da empresa, é possível encontrar histórias inspiradoras de profissionais que estão sendo ainda mais valorizados com o projeto. Nilson Pereira dos Santos é um deles. O operador de empilhadeira de 64 anos trabalha na Nissei há mais de duas décadas e, graças ao seu comprometimento e inúmeras habilidades, demonstra que a idade é apenas um número. “Com toda a experiência que acumulamos ao longo desses anos, nós que temos mais tempo de casa abraçamos a importante função de transmitir o que aprendemos aos colegas que estão chegando agora”, diz ele, que atua no centro de distribuição da companhia.
O farmacêutico Maurício Poliquesi, de 60 anos, compartilha da mesma visão. Desde a infância, ele esteve envolvido com o universo da saúde. A trajetória profissional não poderia ter sido diferente: Maurício chegou a abrir sua própria farmácia para atender o público de forma personalizada. Tudo isso fez com que ele desenvolvesse uma enorme aptidão para prestar suporte aos clientes da Nissei e até disseminar práticas preventivas, que contribuem para a saúde e bem-estar da população. Hoje, Maurício compartilha seus conhecimentos com os colegas de equipe, criando um ambiente fértil para o desenvolvimento.
“Minha experiência permite que eu atue como uma ponte entre o paciente e o médico, auxiliando na prevenção ao agravamento de doenças e esclarecendo dúvidas de quem vem ao estabelecimento”, afirma com orgulho.
Já Ivana Aparecida Faria Vieira, 58 anos, atualmente é trainee de Supervisão Financeira e um resultado direto do programa ‘Juntos 50+’. Formada em Letras e em Gestão Financeira, Ivana está em sua segunda passagem pela empresa; o retorno aconteceu há oito anos e, desde então, ela foi crescendo na companhia. “Este ano surgiu a oportunidade de assumir um cargo de supervisão graças ao programa”, diz. O treinamento, em geral, dura 3 meses, e no meu caso fomos evoluindo, com várias conversas, testes, para avaliar se eu estava preparada para a função até eu poder assumir a área”, conta.
Para ela, o ‘Juntos 50+’ fomenta a integração entre os mais diversos grupos presentes no quadro funcional da Nissei e, claro, reflete algo que não está só no discurso da empresa. “É um pouco surpreendente, porque eu, quase sexagenária, recebi esse reconhecimento. Nunca houve nenhum tipo de preconceito, minha idade não foi empecilho para nada em minha trajetória profissional aqui”, completa.
Hoje, Ivana lidera uma equipe de dez pessoas, das mais distintas faixas etárias. “Tenho idade para ser mãe… não, para ser avó de alguns”, brinca. “Em nossa equipe temos pessoas dos 24 aos 57 anos. O que percebo é que essa mescla entre maturidade e juventude é essencial: se os mais jovens têm aquela energia que quase se confunde com ansiedade, os mais velhos têm a sabedoria para aproveitar todo esse gás da melhor forma”, conclui.