Márcia Catunda
Coluna + Emprego

Saúde mental: sete aspectos para serem trabalhados nas empresas

Recentemente, foi sancionada a Lei 14.831/24, que cria o “Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental”, a fim de certificar negócios que seguem critérios em prol do bem-estar dos colaboradores

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23 de abril de 2024
Márcia Catunda

A saúde mental é um tema que está em alta, principalmente, nas empresas. Não à toa, recentemente, foi sancionada a Lei 14.831/24, que cria o “Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental”, a fim de certificar negócios que seguem critérios em prol do bem-estar dos colaboradores. No entanto, embora essa ação governamental venha corroborar a importância de levar cada vez mais essa pauta no ambiente corporativo, é fundamental que, mais do que buscar uma certificação, as companhias estabeleçam abordagens que venham ao encontro dessa necessidade.

Saúde mental: sete aspectos para serem trabalhados nas empresas
foto: divulgação

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 264 milhões de pessoas enfrentam quadros de depressão e ansiedade. Contudo, mesmo esse sendo um saldo expressivo, segundo uma pesquisa feita pelo Infojobs e a HR Tech, empresa especializada em soluções para RH, apenas 34% das organizações no Brasil desenvolvem ações em prol da saúde mental dos colaboradores.

É importante enfatizar que, tendo em vista a quantidade de diagnósticos de colaboradores que possuem algum tipo de transtorno mental, trazer essa temática para a companhia deixou de ser um diferencial há muito tempo, se tornando uma necessidade para garantir o equilíbrio e desempenho da empresa – considerando que, ainda de acordo com a OMS, anualmente, a economia global perde US$ 1 trilhão devido ao descuido com este tema internamente.

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Quando falamos sobre os cuidados com a saúde mental do colaborador, o papel da empresa, mais do que compreender, é ajudá-lo e, consequentemente, realizar abordagens que auxiliem a minimizar a incidência de casos. Diante disso, listo sete aspectos que devem ser trabalhados perante esse objetivo:

#1 Criar um espaço seguro: é crucial que o ambiente que o trabalhador esteja inserido neste tema, dando abertura para que ele possa se abrir e que não se sinta pressionado ou coagido diante das suas emoções. Criar este livre acesso ajuda a evitar situações de estresse que podem ocasionar em outros problemas, como um burnout.

#2 Capacitar o líder: há muito tempo, a liderança deixou de ser vista apenas como “quem mandava”. Hoje, um bom líder é aquele que orienta e auxilia no desenvolvimento do colaborador. E, em se tratando da saúde mental, é importante que essa figura seja treinada e capacitada a fim de saber lidar com perfis diferentes e, com isso, identificar sinais de algum tipo de transtorno, agindo sempre com empatia e orientando para o melhor direcionamento.

#3 Desenvolver o colaborador: é importante mapear e definir quais os objetivos e planos com o colaborador. Atualmente, o mercado de trabalho lida com diferentes perfis e gerações que possuem expectativas a serem cumpridas. Caso não haja esse alinhamento logo de início, pode gerar frustrações e, até mesmo, resultar no desligamento. Afinal, ainda segundo o Infojobs, 86% de pessoas mudariam de emprego em busca de melhorar a saúde mental.

#4 Realizar treinamentos comportamentais: complementando o tópico anterior, aqui é importante alinhar os aspectos nos quais a pessoa precisa evoluir. Na prática, essa ação envolve treinar toda a equipe, ensinando a abordar temas dos mais fáceis aos mais difíceis, sem que resulte em traumas ou experiências negativas que possam levar a algum quadro de transtorno emocional.

#5 Realizar palestras com foco neste tema: falamos muito sobre saúde mental, mas como identificar sinais no colaborador? Por meio desses encontros, é possível, além de conscientizar, também ensinar através de exemplificação como o problema pode ser vivido na prática e a melhor maneira de saná-lo.

#6 Mindfulness: essa é uma outra ação que a empresa pode tomar, a fim de orientar e ensinar os colaboradores a lidarem com suas emoções. Ter um espaço de meditação e descompressão através da prática do mindfulness ajuda a pessoa no autocuidado e na sensação de acolhimento.

#7 Oferecer suporte psicológico: ter a presença de psicólogos na empresa também é uma abordagem que auxilia no melhor preparo e saúde mental do colaborador. Dessa forma, em casos de necessidades, ele pode solicitar uma consulta para que, a partir disso, o profissional possa orientá-lo e fazer um primeiro atendimento, direcionando para a busca correta de um tratamento.

Esse conjunto de ações, quando implementado, pode fazer uma grande diferença no dia a dia organizacional. Certamente, para algumas empresas que não têm essa cultura clara ou possuem dificuldades em saber como começar, ter o apoio de consultorias especializadas em RH pode ser efetivo, visto que elas podem fazer um diagnóstico preciso e orientar medidas que auxiliem no bem-estar e na construção de um ambiente saudável.

Vivemos uma era em que o foco das organizações está em seu crescimento e desempenho, porém, diferente do que se imagina, direcionar esforços nesse aspecto também é uma excelente estratégia. A pesquisa da OMS revelou que, ao investir US$ 1 em iniciativas que favorecem melhorias na saúde mental e bem-estar dos colaboradores, ganha-se US$ 4 decorrentes do aumento da produtividade.

Sendo assim, ter estabelecido o pilar da saúde mental nas companhias torna-se uma necessidade, até porque, mais do que buscar uma certificação, é preciso garantir resultados na prática.

Érico Almeida é sócio-gerente do Grupo Skill.

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