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Geração Z no mercado de trabalho: especialista analisa o que jovens da atual geração buscam na carreira

Suyane Brito. Foto: arquivo pessoal

Atualmente,  a geração Z parece estar mais interessada em buscar significado e propósito em suas carreiras, em vez de apenas buscar estabilidade financeira. Isso pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo uma maior conscientização sobre questões sociais e ambientais, bem como a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Quando consideramos o recorte de classe e raça, é importante notar que as oportunidades e os desafios enfrentados por pessoas de diferentes origens podem influenciar suas prioridades em relação ao trabalho. Por exemplo, pessoas de classes sociais mais baixas podem priorizar a estabilidade financeira devido às circunstâncias econômicas em que foram criadas. Isso é uma questão complexa e multifacetada, mas é importante reconhecer que as motivações sempre podem variar conforme a classe social, raça, etc.

Essa geração cresceu em um mundo cada vez mais conectado digitalmente, o que lhes proporcionou uma mentalidade mais aberta em relação ao trabalho, buscando mais representatividade e respeito em ambientes que promovam valores alinhados aos seus. Essa geração tem demonstrado uma forte inclinação para trabalhos que lhe permitam conciliar suas vidas pessoais, interesses e paixões com suas carreiras. Essas exigências refletem a evolução das prioridades e valores no mundo do trabalho, que vão além da mudança na condição financeira.

Em relação ao trabalho remoto, a rejeição da geração Z a esse tipo de trabalho pode ser atribuída a várias razões, apesar de sua preferência por flexibilidade (em outros aspectos do trabalho). Uma delas é que o trabalho remoto pode resultar em uma sensação de isolamento e dificuldade em separar claramente o tempo dedicado ao trabalho do tempo pessoal, especialmente em ambientes domésticos onde as fronteiras entre vida profissional e pessoal podem se tornar difusas.

Vale lembrar que a geração Z cresceu em meio a crises econômicas e incertezas financeiras e essa defesa de movimentos como o “quiet quitting” (saída silenciosa) e “acting your wage” (agir de acordo com sua renda) reflete seu desejo por autenticidade, equilíbrio e responsabilidade financeira. Esses movimentos destacam a importância de sair de situações de trabalho tóxicas de forma discreta e de viver dentro de seus meios financeiros, em vez de se deixar levar pela pressão do consumismo desenfreado. Essa pauta tornou-se importante para a geração Z devido à sua preocupação com a saúde mental e o bem-estar, bem como à sua busca por significado e propósito no trabalho. Muitos membros dessa geração valorizam a integridade pessoal e profissional. Então, esse fenômeno pode ser atribuído ao interesse de autenticidade, bem-estar financeiro e qualidade de vida, por parte da geração Z, que procura alinhar suas escolhas profissionais e financeiras com seus valores pessoais.

É nítido que a geração Z traz consigo uma série de demandas e expectativas únicas para o ambiente de trabalho. Para lidar com essas exigências, os líderes precisam adotar uma abordagem mais flexível e aberta à colaboração. É importante promover um ambiente que valorize a comunicação transparente, o feedback constante e a possibilidade de contribuição ativa para os projetos. Ao mesmo tempo, é fundamental estabelecer metas claras e acompanhar o desempenho de forma objetiva, garantindo que a produtividade não seja comprometida. Acredito que com uma abordagem equilibrada que valorize as necessidades dessa geração, mas sem perder de vista os objetivos organizacionais, é possível manter um nível positivo de produtividade que gere satisfação em ambas as partes.

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É possível os modelos de trabalho se adaptarem às questões da geração Z dentro das empresas e isso já vem acontecendo. Uma das principais mudanças está relacionada à flexibilidade no ambiente de trabalho. Cada vez mais empresas estão adotando modelos híbridos, que combinam trabalho presencial com opções de trabalho remoto. Isso permite que os colaboradores da geração Z tenham mais autonomia para gerenciar seu tempo e equilibrar suas responsabilidades profissionais e pessoais. Incluso nesse modelo híbrido, estão as ferramentas de videoconferência, plataformas de mensagens instantâneas e sistemas de gestão de projetos, que são cada vez mais comuns no ambiente de trabalho. Outra adaptação importante está relacionada à cultura organizacional. As empresas estão buscando criar ambientes mais inclusivos, que valorizem a diversidade, a criatividade e a inovação – aspectos que são especialmente importantes para a geração Z.

Atualmente, os escritórios reúnem pessoas de gerações distintas, que têm visões diferentes sobre o que é ser ou não profissional. Essa diversidade pode trazer desafios interessantes. Promover um ambiente de respeito mútuo e compreensão é essencial para manter um equilíbrio saudável entre as diferentes percepções sobre profissionalismo. Uma abordagem eficaz envolve criar oportunidades para que as diferentes gerações compartilhem suas perspectivas e experiências, promovendo a empatia e o entendimento mútuo. Programas de mentoria reversa, por exemplo, podem ser uma ótima maneira de incentivar a troca de conhecimento entre os colaboradores de diferentes gerações. Além disso, políticas e diretrizes claras sobre o que é esperado em termos de comportamento profissional, independentemente da idade, podem ajudar a alinhar as expectativas e evitar conflitos desnecessários. É importante destacar que o conceito de profissionalismo pode evoluir ao longo do tempo e cada geração traz consigo contribuições valiosas para o ambiente de trabalho.

 

Por Suyane Brito – Consultora de RH/Carreira e diretora da SB Consult

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