O trabalho ocupa uma parte significativa de nossas vidas, influenciando nosso bem-estar e satisfação pessoal. Em um esforço para compreender mais profundamente as percepções dos trabalhadores brasileiros em relação ao seu ambiente profissional, o Instituto Locomotiva em parceria com a Question Pro conduziu uma pesquisa abrangente em todo o país. Os resultados evidenciaram diferenças geracionais e prioridades no ambiente profissional.
De acordo com a pesquisa, apenas quatro em cada dez trabalhadores brasileiros declaram satisfação com seus empregos. No entanto, uma análise mais detalhada dos dados revela variações significativas entre diferentes faixas etárias. Enquanto a geração Z, composta por jovens entre 18 e 29 anos, apresenta uma taxa de satisfação de 35%, os baby boomers, com 61 anos ou mais, lideram com 47% de satisfação.
“Os resultados refletem não apenas as condições atuais do mercado de trabalho, mas também as mudanças sociais e culturais que moldam as expectativas dos trabalhadores. Essa disparidade de satisfação entre diferentes faixas etárias é um reflexo das prioridades e valores que cada geração atribui ao seu trabalho”, observa Luciana Lima, doutora pela USP e mestre pela FGV em Administração, e reconhecida especialista em liderança, gestão de pessoas e professora do Insper.
O estudo também revela as prioridades de cada geração. Enquanto os millenials, (de 30 a 40 anos), valorizam o reconhecimento profissional e plano de carreira, a geração Z busca flexibilidade e propósito no trabalho. Por outro lado, os baby boomers destacam a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de benefícios adicionais.
Segundo a especialista, compreender essas nuances é essencial para construir ambientes de trabalho que promovam o bem-estar e o engajamento dos colaboradores. “A satisfação no trabalho é influenciado por fatores que vão desde a idade até as aspirações individuais de carreira.”
Além disso, a pesquisa destaca a crescente demanda por flexibilidade no ambiente de trabalho, impulsionada especialmente pela geração Z. Essa busca por flexibilidade inclui horários de trabalho mais adaptáveis, oportunidades de trabalho remoto e políticas de licença mais abrangentes.
Outro ponto importante revelado pelo estudo é a necessidade de as empresas adotarem estratégias mais eficazes de comunicação e engajamento com seus colaboradores. A falta de comunicação clara e transparente pode levar a mal-entendidos e insatisfação no local de trabalho, impactando diretamente a produtividade da equipe.
“É fundamental que as empresas reconheçam e valorizem as diferentes habilidades e perspectivas trazidas por cada geração. Ao criar ambientes inclusivos e diversificados, as organizações podem não apenas atrair talentos, mas também promover uma cultura de respeito e colaboração”, conclui Luciana Lima.