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Especialista explica como preparar a Geração Z para a liderança e as empresas para acolherem essa transformação

Como é possível transformar a própria carreira e impactar positivamente a jornada profissional de outras pessoas a partir de algumas experiências traumáticas no trabalho? Foi atrás da resposta para esta pergunta que o consultor Renato Herrmann encontrou o que hoje é sua principal missão: ajudar empresas a prepararem a geração Z para a liderança e acolher essa geração com qualidade.

 

Uma pesquisa da McKinsey mostrou que um em cada quatro entrevistados da Geração Z afirmou se sentir angustiado emocionalmente (25%), quase o dobro dos níveis relatados pelos entrevistados das gerações Y e X.

 

Existem cerca de 51 milhões de pessoas pertencentes a Geração Z apenas no Brasil, ou seja, uma força de trabalho bastante expressiva que vê o trabalho de maneira cada vez mais distante de como as gerações anteriores enxergam o mercado. Para referência da grandiosidade que isso representa no trabalho, uma pesquisa da Zurich diz que essa geração representará 27% da força de trabalho até 2025.

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“A Geração Z traz necessidades específicas que são diferentes de outras gerações e, principalmente, das lideranças que estão ali recebendo o grupo. A partir do momento que uma liderança sabe liderar times diversos, sua forma de acolher é a de ouvir, conversar, entender, esclarecer, mentorar e – principalmente – desenvolver intencionalmente. Agora, o que acontece com as lideranças que não sabem? Ficam reclamando da geração, falam que ‘ninguém quer trabalhar’ e qualquer coisinha que um ser humano faz de errado, fica taxado por ser da Geração Z. O mais interessante disso tudo é que quando eu ingressei no mercado como millennial, a gente passava pela mesma coisa”, destaca Herrmann.

Renato Herrmann/Divulgação

O pensamento da Geração Z sobre trabalho – e como lidar

 

Essa é uma geração que, em comparação com as anteriores, tem uma relação bastante diferente com o trabalho. Uma pesquisa da YouGov reporta que é mais comum que a Geração Z latina diga que gostaria de não ter que ir trabalhar todos os dias (51,5%), em comparação com os Baby boomers da região (38,9%). Outro exemplo desse fenômeno é o nível de importância que a Geração Z (36%) dá ao trabalho como algo importante para o senso de identidade em comparação com Millennials (46%), de acordo com uma pesquisa da Deloitte.  “O que eu mais ouço quando converso com essa geração é que eles não acham que o trabalho é o centro da vida deles como a minha geração e as anteriores acham que é, e eu vejo isso de forma muito saudável”, complementa Renato.

 

Com ampla bagagem, especialista em RH com mais de uma década de experiência global em Talent Management, Desenvolvimento de Lideranças, HRBP, Learning & Development, Diversidade & Inclusão, Comunicação Interna e Talent Acquisition, Renato acumula um portfólio recheado de resultados, voltados à concepção e implementação de experiências de Pessoas, que foram globais ou se tornaram benchmarks globais.

 

“Depois de alguns momentos traumáticos na minha vida, tive que me reinventar para me reerguer. Ao me ver sem muitas opções na minha frente e com tempo livre, entendi que sempre quis compartilhar meu conhecimento e aprendizados para que ninguém precisasse passar pelo que passei, burnout, onda de layoffs, entre outras questões, atualmente, tão rotineiras na nossa vida profissional”, detalha.

 

Renato Herrmann também é especialista em Saúde Mental no trabalho e Gestão de Performance, e nos últimos anos se dedicou a criar e desenvolver programas de saúde mental para empresas, além de estratégias e processos de gestão de performance. Entre seus cases, estão empresas como KPMG, General Mills, VTEX, Sum Up e Letrus.

 

“Acredito que é necessário tornar o mundo do trabalho um lugar mais seguro, divertido e sem esse ‘auê’ todo, inventado por razões que ninguém nunca soube me explicar ou me convencer. O que são esses auês? Politicagem, processos complexos que ninguém deixa mudar, assuntos que são tratados como tabu ao invés de serem encarados de maneira adulta, madura e correta – e saúde mental, inclusão e diferenças geracionais estão no topo dessa lista. Temos essa mania, no mundo do trabalho, de criar processos que são tão complexos e lindos no papel, mas nunca funcionam na prática, além de sobrecarregar as pessoas envolvidas”, pontua.

Desatando nós corporativos para um mercado mais acolhedor

Herrmann fundou a Bold Minds, consultoria especializada em desatar esses nós corporativos. A empresa, criada no início de 2024, auxilia as empresas a construírem um ambiente de trabalho onde a saúde mental é o foco, por meio de serviços como consultoria, criação e desenvolvimento estratégico, e capacitação e desenvolvimento de lideranças. A Bold Minds atua globalmente, atendendo parceiros em todo o mundo, não somente no Brasil.

 

“Eu criei a Bold Minds para ser a frente da minha vida que tira as empresas do “business as usual”, porque isso não é suficiente quando se trata do bem-estar das pessoas e do desenvolvimento de lideranças. Isso significa discutir sobre negócios, estratégia, estruturas e vários outros tópicos que impactam a saúde mental no trabalho. Ajudamos a identificar e capacitar líderes que promovam segurança psicológica, comunicação aberta, inteligência emocional e bem-estar genuíno para a equipe. O que eu mais gosto disso é que a Geração Z já vem com tudo isso ‘de fábrica’, por isso quero tanto ajudar ambos os lados (empresas e geração Z) a se entenderem melhor, pois precisamos da Geração Z na liderança”, conclui Herrmann.

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