Márcia Catunda
Coluna + Emprego

IA no recrutamento e seleção: um desafio que requer o olhar humano

Para Ana Paula Prado, CEO do Infojobs e porta-voz do Pandapé, “quando as soluções tecnológicas são bem utilizadas pelo setor, se tornam aliadas não apenas dos recrutadores, mas também dos próprios candidatos”

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25 de julho de 2024
Márcia Catunda

Enquanto a inteligência artificial se destaca como uma ferramenta revolucionária para otimizar processos de diversas áreas corporativas, a reação dos candidatos ao seu uso em recrutamento e seleção nem sempre é positiva. Essa insatisfação foi ainda mais acentuada no último mês. Impulsionados por relatos compartilhados no LinkedIn, profissionais dos mais variados setores criaram um movimento para discutir a eficácia da seleção online das vagas de emprego. As publicações na rede social apontam principalmente para a exclusão de currículos promissores devido à intervenção da IA, e destacam também o excesso de etapas para se candidatar a uma vaga.

IA no recrutamento e seleção: um desafio que requer o olhar humano
Ana Paula Prado CEO do Infojobs e porta-voz do Pandapé

 

Segundo um estudo divulgado pela Greenhouse, 60% dos candidatos queria que as empresas realizassem processos seletivos mais modernos e menos demorados e mais de 60% das pessoas afirmaram que sentem falta receber um retorno do empregador em processos seletivos, ainda que com uma resposta negativa.

 

Dados do Infojobs, eleito a marca de recrutamento mais lembrada pelos brasileiros pelo quarto ano consecutivo pela pesquisa Kantar, revelam que, para 26,4% dos entrevistados, um processo com muitas etapas é o principal ponto negativo do recrutamento. Além disso, 35,7% dizem que desistem de uma vaga em razão das divergências de informações entre a proposta e o contato com o recrutador e 87% dos profissionais preferem um anúncio de vaga completo, com todas as informações descritas de forma clara.

 

Para Ana Paula Prado, CEO do Infojobs e porta-voz do Pandapé, software de RH da marca, considerar o candidato como se fosse um cliente é fundamental para as empresas que buscam atrair os melhores talentos e manter uma boa reputação como marca empregadora.

 

“No Pandapé, vemos o candidato como um consumidor da nossa marca e, por isso, colocamos a satisfação da sua experiência no centro de nossas decisões. Nossos processos seletivos consistem em cerca de cinco etapas, cuidadosamente projetadas para garantir uma avaliação precisa e justa dos candidatos. Cada nível é estruturado para capturar as habilidades e competências relevantes para a vaga, evitando testes supérfluos e desnecessários que apenas aumentam a ansiedade e o desgaste dos participantes. Além disso, oferecemos feedbacks personalizados sobre o andamento do processo seletivo e temos uma plataforma que permite visualizar as candidaturas desde sempre, diferenciais que visam aprimorar a experiência do candidato. Priorizamos a inovação contínua e a escuta ativa de nossos usuários, buscando constantemente maneiras de melhorar e adaptar nossos serviços para atender às suas necessidades em evolução”, analisa.

 

Segundo o relatório “The State of the Candidate Experience”, realizado pela consultoria CareerArc, 60% dos candidatos relatam que já tiveram uma má experiência em processos seletivos. Além disso, o estudo revela que 72% desses entrevistados compartilharam essa jornada ruim em redes sociais ou diretamente com alguém. Já um levantamento do Infojobs apontou que para 62% das pessoas uma boa experiência aumenta o interesse em trabalhar na empresa e 98% se lembram das companhias que ofereceram uma experiência positiva de candidatura.

 

No LinkedIn, Alex Lima Soethe, Analista de Backoffice, elogiou a experiência do usuário proporcionada pela marca: “90% dos empregos que eu consegui foi através dela. Não tem que passar por 6, 7, 8 etapas. O candidato é notificado quando a empresa oferece o currículo, quando o currículo foi revisado, quando foi pré-selecionado, quando não foi selecionado… E tudo em um curto espaço de tempo. São raras as vezes em que as empresas te deixam esperando por um feedback”.

 

Esse depoimento é reforçado por dados da Kantar, divulgados em fevereiro de 2024, que mostram que 82% das pessoas consideram utilizar o Infojobs no futuro. A pesquisa também aponta que 8 em cada 10 candidatos conhecem o Infojobs, sendo a plataforma mais utilizada por todos os gêneros, idades e classes sociais na busca por emprego. Entre os motivos citados pelos participantes da pesquisa estão a variedade de ofertas de vagas, facilidade de uso, confiança e credibilidade, características das ofertas, comunicação, agilidade e transparência.

 

Diferente de simplesmente incorporar IA sem critério, Ana Paula explica que a eficácia da operação depende da combinação com a expertise humana: “No Pandapé, utilizamos inteligência artificial personalizada, análise preditiva, e ferramentas de machine learning que vão além das soluções tradicionais. Entendemos que a IA por si só não é suficiente para garantir um processo seletivo de qualidade. Por isso, nossos algoritmos são constantemente interpretados e ajustados por profissionais experientes, o que minimiza vieses e previne desclassificações injustas. A intervenção humana é crucial para fornecer comandos precisos e calibrar a IA, garantindo que o processo de triagem seja robusto, ético e confiável. Essa integração entre tecnologia avançada e julgamento humano qualificado permite oferecer uma seleção mais justa e eficiente, alinhada tanto aos requisitos das empresas quanto às expectativas dos candidatos”, afirma Prado.

 

O Pandapé se originou como um job board, destacando-se por uma interface amigável e intuitiva, projetada para facilitar todo o processo de recrutamento e seleção tanto para candidatos quanto para recrutadores. “Com uma navegação simples e eficiente, garantimos que todos os envolvidos possam usufruir de uma experiência fluida e satisfatória. Estamos comprometidos com a inovação contínua, sempre ouvindo nossos usuários para implementar melhorias que atendam às suas necessidades e expectativas”, explica.

 

Além disso, a especialista destaca que a adequação do currículo é crucial para um bom desempenho nos processos seletivos. “Os principais filtros que os recrutadores utilizam para verificar se o perfil corresponde à vaga desejada são a localidade (estado, cidade e zona), a data de atualização do CV no site (quanto mais recente, melhor) e a faixa salarial. Por isso, é essencial que os candidatos adequem seus currículos para cada vaga específica e utilizem palavras-chave estratégicas. Inscrever-se apenas em vagas alinhadas ao seu perfil aumenta significativamente suas chances de sucesso”

 

Por fim, Ana Paula Prado explica que, quando as soluções tecnológicas são bem utilizadas pelo setor, se tornam aliadas não apenas dos recrutadores, mas também dos próprios candidatos: “Ao automatizar tarefas rotineiras e oferecer insights baseados em dados, a IA permite que os profissionais de RH concentrem seu tempo e energia em atividades mais estratégicas, como o engajamento dos funcionários e o desenvolvimento de talentos. Ao mesmo tempo, ao eliminar vieses inconscientes e promover uma avaliação mais objetiva, a tecnologia oferece uma experiência de recrutamento mais justa e transparente para os candidatos, aumentando as chances de encontrar o melhor ajuste para ambas as partes”.

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