A depressão e a ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade, diz OMS
Como a inteligência artificial e o bem-estar psicológico se entrelaçam no ambiente corporativo?
A saúde mental tem ganhado cada vez mais destaque nas discussões sobre bem-estar e produtividade no ambiente de trabalho. Com o avanço da inteligência artificial (IA) e sua crescente presença nas empresas, torna-se ainda mais crucial reconhecer a importância do bem-estar mental no ambiente corporativo.
A integração da IA no ambiente de trabalho traz inúmeras oportunidades, mas também desafios significativos para o bem-estar dos colaboradores. Compreender e abordar esses obstáculos é fundamental para criar um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e sustentável, onde a tecnologia e a saúde mental possam coexistir harmoniosamente.
Uma pesquisa da Deloitte revelou que 68% dos executivos acreditam que a IA pode melhorar a qualidade de vida no trabalho, mas 54% também indicam que há um risco de aumento do estresse e da sobrecarga de trabalho devido à implementação da tecnologia.
A saúde emocional dos colaboradores intervém diretamente em diversos aspectos das operações de uma empresa. Funcionários que enfrentam problemas de saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão, tendem a apresentar uma queda na produtividade, maior índice de absenteísmo e, consequentemente, um aumento nos custos operacionais. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.
O relatório “Transformando a saúde mental para todos”, da OMS, aponta que o Brasil é o país com a maior população depressiva da América Latina, com 11,7 milhões de brasileiros impactados pela doença. Dados do Ministério da Previdência Social mostram que houve um alarmante aumento de 38% nos afastamentos por motivos relacionados à o bem-estar mental em 2023, evidenciando a urgência de uma abordagem mais abrangente para promover o bem-estar no ambiente de trabalho.
Essa realidade faz diversos pesquisadores se perguntarem, o que está acontecendo com a população e como essa ansiedade está sendo despertada? O retorno ao trabalho presencial, a sobrecarga de tarefas, humilhações em público, e até mesmo o medo de perder o emprego devido ao avanço da tecnologia, podem agravar ainda mais o esgotamento e as síndromes de Burnout, levando ao afastamento em massa.
A inteligência artificial rouba empregos?
Segundo o relatório da Resume Builder, 37% das empresas que usam a IA afirmam que a tecnologia substituiu os trabalhadores em 2023. A mesma pesquisa aponta que 44% das empresas pesquisadas dizem que a IA levará a demissões ao longo de 2024.
De acordo com a psicanalista e Presidente do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino), Ana Tomazelli, o avanço da inteligência artificial no mercado de trabalho pode representar mais do que simplesmente a substituição de tarefas. “Trata-se da erosão gradual da segurança e da identidade profissional. O medo da obsolescência e a incerteza do futuro laboral não só abalam o sustento financeiro, mas também corroem a confiança e a estabilidade emocional dos indivíduos, deixando uma cicatriz psicológica duradoura na sociedade”, complementa.
No entanto, existe uma luz no fim do túnel. Uma pesquisa realizada pela McKinsey Global Institute, prevê o surgimento de cerca de 133 milhões de empregos até 2030.
Para o CEO Advisor 10X, Presidente da Editora Brasport e especialista em tecnologia e negócios, Antonio Muniz, “À medida que novas soluções tecnológicas são desenvolvidas e implementadas, surge a necessidade de habilidades humanas únicas, como criatividade, empatia e ética, para complementar as capacidades da IA”.
Dados confirmam a opinião do especialista. 96% das empresas em 2024 dizem que os candidatos se beneficiarão de ter habilidades de IA e 83% dizem que as habilidades de IA ajudarão os funcionários atuais a manter seus empregos, mostra o estudo da Resume Builder. Além disso, a Accenture estima que a IA pode aumentar a produtividade em até 40% e que pode ser responsável por um crescimento de US$ 14 trilhões no PIB mundial até 2035.
“Diante do cenário emergente da inteligência artificial, o futuro se revela como um horizonte iluminado por oportunidades transformadoras. À medida que nos adaptamos a essa era de inovação, o encontro entre a tecnologia e as habilidades humanas delineia um caminho promissor. Assim, a luz radiante da IA não apenas promete novos empregos, mas também valoriza as características intrínsecas da humanidade”, pontua Antonio.
Como as pessoas podem se aliar com a IA para se desenvolverem no mercado de trabalho?
Existem também atividades exclusivamente humanas que serão cada vez mais valorizadas. O Fórum Econômico Mundial tem se dedicado a entender as habilidades necessárias para o futuro do mercado de trabalho. De acordo com relatórios recentes, algumas das principais habilidades que os profissionais devem ter são: resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gerenciamento de pessoas, coordenação com os outros, inteligência emocional, tomada de decisão e análise de dados, orientação para o serviço, negociação e flexibilidade cognitiva.
Embora cada versão do relatório apresente uma prioridade das habilidades humanas, no livro “Smart Skills – Descubra seus pontos fortes para uma carreira produtiva e feliz”, que será lançado em agosto, Antonio Muniz planeja explorar e analisar um grande desafio nas carreiras atuais: aproveitar as qualidades individuais para gerar resultados considerando os avanços tecnológicos da Inteligência Artificial (IA). Ele reconhece a importância do trabalho humano mesmo com o avanço da IA.
“A inteligência artificial chegou para ficar e muitos profissionais têm se perguntado: ‘Será que a IA roubará a minha profissão e o meu emprego?’ Eu acredito que a inteligência artificial não consegue fazer o que o líder humano realiza, integrando emoções, sentimentos, intuição e visão para desenvolver equipes e impulsionar o crescimento de uma instituição”, afirma Muniz.
O autor também reflete sobre as limitações das técnicas de perfil DISC, método que se baseia na teoria dos quatro fatores de comportamento: dominância, influência, estabilidade e conformidade, e MBTI, indicador de Tipo Myers-Briggs, que podem ser simplistas e inconsistentes e apresenta Big Five, teoria dos cinco grandes traços, que descreve a personalidade com base nos cinco grandes traços do acrônimo OCEAN, como uma alternativa científica mais robusta para avaliar a personalidade, destacando sua base empírica, universalidade e estabilidade ao longo do tempo. “O Big Five é amplamente aceito e aplicável em diversas áreas, como desempenho acadêmico e sucesso interpessoal” declara.
A integração do Big Five com a IA oferece uma gama de possibilidades para melhorar a personalização, a compreensão e a interação em diversos contextos, desde o marketing até a saúde mental. A combinação dessas ferramentas permite que a IA se torne mais adaptativa e alinhada com as nuances da personalidade humana, criando soluções mais inteligentes e humanizadas.
O livro é recomendado para pessoas que interagem com equipes multidisciplinares, estudantes do ensino médio que estão em busca de uma profissão, para profissionais que buscam transição para novas carreiras e lideranças e executivos que precisam inspirar equipes. Muniz oferece uma abordagem prática e enriquecedora para o desenvolvimento pessoal e profissional. Para mais informações e detalhes do livro, acesse aqui.
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