Márcia Catunda
Coluna + Emprego

Paternidade ativa e carreira de sucesso: como executivos conseguem equilibrar suas funções

Neste Dia dos Pais, conversamos com quatro empresários que provam ser possível alcançar sucesso no trabalho sem abrir mão de uma paternidade ativa

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11 de agosto de 2024
Márcia Catunda

Nos últimos anos, as expectativas sociais em relação ao papel dos pais têm passado por uma transformação significativa. Se antes a figura paterna era vista majoritariamente como a principal provedora financeira da família, hoje em dia espera-se que os pais sejam tão presentes na vida dos filhos quanto as mães, contribuindo para um lar mais harmonioso e fortalecendo os laços entre todos os membros da família.

Paternidade ativa e carreira de sucesso: como executivos conseguem equilibrar suas funções
Imagem: freepik

No entanto, a chamada “paternidade ativa” não vem sem desafios, especialmente para aqueles que ocupam cargos de liderança. Isso porque frequentemente os executivos enfrentam longas horas de trabalho, viagens a negócios e a pressão constante por resultados.

Reconhecendo a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, muitas empresas começam a adotar políticas mais flexíveis e oferecer benefícios que incentivem a participação dos pais na vida dos filhos.

Diante desta nova realidade, conversamos com alguns líderes de diferentes setores e trajetórias profissionais que têm desafiado expectativas convencionais. Eles são um exemplo da conciliação entre paternidade e carreira de forma bem-sucedida, inspirando outros a buscar um equilíbrio semelhante.

Para Rafael Favaro, sócio e CMO da Intelligenza IT, ser pai sempre foi um sonho e quando isso finalmente aconteceu, ele sabia que a rotina seria muito mais árdua. “Minha vida é bastante intensa, trabalhando praticamente 24 horas por dia. Mas, quando temos alguém que amamos e que depende de nós, é fundamental nos dedicarmos a essa pessoa”, explica.

Para ele, a intensidade da atenção vale muito mais. “Hoje em dia passamos a ter menos tempo disponível para nossos filhos em comparação com as gerações anteriores. A qualidade desse tempo é o que realmente importa. Vivemos em uma era onde as crianças têm acesso a uma infinidade de informações e estímulos. Por isso, quando estamos presentes, devemos estar 100% dedicados, de corpo e alma. Cada momento que passo com minha filha é dedicado exclusivamente”, complementa Favaro.

Rafael Teixeira, CEO da Clínica da Cidade, também concorda que conciliar o papel de executivo e de pai é um desafio constante que exige dedicação e equilíbrio. “Acredito que a mesma paixão e comprometimento que aplico na liderança da Clínica da Cidade são igualmente importantes para ser um pai presente e inspirador. Encontrar tempo para ambos os papeis é fundamental, pois a minha família é a minha maior fonte de motivação e felicidade, e cada momento com eles enriquece a minha vida pessoal e profissional”, comenta.

Marcelo Assunção, CEO da WohPag, compartilha a experiência de viver a paternidade enquanto constrói uma carreira e lembra que muitas dificuldades podem ser até prejudiciais para a saúde do pai. “Momentos de muita alegria são alterados com a autopunição pela ausência forçada, comprometendo muitas vezes a saúde e a relação com outros aspectos da vida”, comenta.

Pai solo aos 27 anos, Assunção relata como enfrentou as longas jornadas de trabalho e viagens, ao mesmo tempo em que lidava com a criação dos filhos. “O apoio da minha família foi essencial. Na época, ouvi uma entrevista de um ex-presidente da Vale do Rio Doce, que mencionou o livro ‘Perdas Necessárias’, e foi um ponto de virada na minha vida. Esse livro me ajudou a entender meus conflitos internos e distinguir o que era puramente medo e ansiedade e o que era real”, relembra.

O trabalho híbrido ou remoto tem trazido desafios para Diego Todres, CRO da BrandMonitor. Mas, por outro lado, este formato também tem facilitado uma paternidade mais ativa e próxima de seu filho. “Sendo pai de primeira viagem com um filho de 1 ano e meio cheio de energia, conciliar trabalho em home office com a paternidade ativa tem sido um grande desafio. Muitas vezes, durante reuniões com clientes, meu filho bate na porta do escritório até que eu o deixe entrar, o que pode ser especialmente complicado em reuniões mais formais.

No entanto, percebo que, na maioria das vezes, as pessoas na reunião entendem a situação e até brincam com isso, o que demonstra a empatia de quem também enfrenta desafios semelhantes. Além disso, frequentemente preciso pausar o trabalho para levar meu filho para passear ou distraí-lo para que ele se acalme. No final do dia, só tenho a agradecer por conseguir equilibrar o trabalho e ainda dedicar tempo de qualidade ao meu filho. Acredito que estar presente na vida dos filhos é fundamental e que as empresas devem oferecer apoio aos pais. A possibilidade de trabalho híbrido ou remoto, por exemplo, é algo que faz muita diferença nessa jornada”, comenta.

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