Se prepare para um cenário em que apenas os mais adaptáveis sobreviverão. Nos próximos 50 anos, o mercado de trabalho será irreconhecível para aqueles que não se prepararem agora.
Sabemos que a inteligência artificial e a automação já estão reescrevendo as regras, mas a verdadeira revolução virá das habilidades humanas que as máquinas não podem substituir e, empresas que não estiverem prontas para essa mudança, correm o risco de desaparecer.
“Os líderes de amanhã precisarão ter uma inteligência emocional afiada, capaz de manter suas equipes coesas e motivadas em meio ao caos”, afirma Luciana Lima, neuropsicóloga professora do Insper e especialista em gestão de pessoas e liderança. Segundo ela, a liderança no futuro será sobre adaptação, empatia e a capacidade de lidar com as emoções em ambientes de alta pressão.
Mas, segundo a professora do Insper, não basta apenas ser um líder emocionalmente inteligente. A fluência em tecnologias emergentes será fundamental e aqueles que não dominarem ferramentas digitais, que não souberem como interpretar dados e automatizar processos, simplesmente ficarão para trás. Em um mundo onde o digital se é o padrão, a integração de habilidades técnicas com pensamento crítico será o que distinguirá os vencedores dos perdedores.
“O trabalho remoto e híbrido, que muitos ainda veem como uma tendência passageira, veio para ficar e exigirá uma nova forma de colaboração. A comunicação eficaz em ambientes virtuais será a chave para manter as equipes alinhadas e produtivas. Mas a verdadeira habilidade estará em manter o engajamento e a coesão, mesmo à distância, algo que muitos gestores ainda não conseguiram dominar”, alerta Lima.
No entanto, Lima afirma que a maior mudança virá na forma de aprendizado. “Vivemos em um mundo onde o conhecimento envelhece rapidamente, e a única maneira de se manter relevante é por meio do aprendizado contínuo. A mentalidade de crescimento será o grande diferencial competitivo. Quem não se adaptar, ficará para trás”, alerta.
De acordo com a neuropsicóloga, empresas que promovem essa cultura, incentivando o desenvolvimento constante de seus colaboradores, estarão mais preparadas para enfrentar as inevitáveis transformações que o mercado impõe. “E não podemos esquecer da diversidade e inclusão. Não é apenas sobre justiça social, mas sobre inovação e sobrevivência. Equipes diversas geram soluções mais criativas e eficientes, e no futuro, as empresas que realmente abraçarem a inclusão, onde cada voz é ouvida e valorizada, terão uma vantagem competitiva inegável”, afirma.
Segundo Luciana Lima, nos próximos 50 anos, o mercado de trabalho será implacável. Apenas aqueles que desenvolverem um conjunto diversificado de habilidades, combinando capacidades técnicas com uma forte inteligência emocional, sobreviverão. “As empresas que entenderem e investirem em suas pessoas hoje serão as líderes de amanhã. O futuro não espera por ninguém”, finaliza.
Sobre Luciana Lima:
Neuropsicóloga, doutora pela USP e mestre pela FGV em Administração e professora do Insper nas disciplinas de Gestão de Pessoas e Liderança. Autora de dois livros (HR Business Partner e Estratégia de Pessoas nos BRICS) e mais de 15 artigos científicos, sendo inclusive um deles premiado no SEMEAD/2017 e com menção honrosa pelo British Academy of Management/2019.