Márcia Catunda
Coluna + Emprego

Desigualdade salarial entre gêneros pode afetar saúde mental de mulheres

As consequências para a saúde mental são diversas e graves: estresse crônico, depressão, ansiedade, distúrbios do sono e outros problemas podem surgir como resultado dessa desigualdade

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1 de outubro de 2024
Márcia Catunda

A desigualdade salarial entre homens e mulheres é um problema global que persiste há décadas, impactando significativamente a vida de milhões de mulheres. No Brasil, essa disparidade é ainda mais evidente: dados recentes dos ministérios das Mulheres e do Trabalho e do Emprego (MTE) revelam que as mulheres ganham, em média, 20,7% menos que os homens. No Ceará, essa diferença chega a 13,4%, um reflexo de um cenário nacional preocupante.

Desigualdade salarial entre gêneros pode afetar saúde mental de mulheres
Recentemente, saiu um dado sobre desigualdade salarial entre gênero, onde aponta que mulheres ganham 20% a menos que homens. E outro estudo aponta que no Ceará, 20,7% menos que os homens.

As consequências dessa desigualdade vão além do salário. Estudos mostram que a disparidade salarial exerce um peso considerável na saúde mental das mulheres. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP revelou que durante a pandemia, as mulheres foram as mais afetadas psicologicamente, apresentando taxas alarmantes de 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

A desigualdade salarial é apenas a ponta do iceberg. A divisão sexual do trabalho, os estereótipos de gênero e a sobrecarga de responsabilidades domésticas recaem desproporcionalmente sobre as mulheres, gerando um estresse crônico que impacta diretamente seu bem-estar emocional.

Izabela Holanda, especialista em felicidade no trabalho, destaca que: “Ir além da perspectiva biológica é essencial. As condições de gênero desempenham um papel crucial, sobrecarregando e impactando a saúde mental das mulheres. Isso cria um ambiente propício para o surgimento e agravamento de transtornos mentais.”

Mesmo em cargos de liderança, as mulheres recebem 27% menos do que a remuneração dos homens. Quando se trata de profissionais em nível superior, as mulheres ganham 31,2% abaixo do que remuneram os homens. Essa disparidade gera sentimentos de inferioridade, desvalorização e fragilidade financeira, impactando diretamente a autoestima e a qualidade de vida.

As consequências para a saúde mental são diversas e graves: estresse crônico, depressão, ansiedade, distúrbios do sono e outros problemas podem surgir como resultado dessa desigualdade.

“A criação de políticas públicas e o fortalecimento de ações dentro das empresas são fundamentais para combater essa realidade. O cumprimento da Lei 14.611/2023, que garante a igualdade salarial entre homens e mulheres, é um passo importante, mas não suficiente. As empresas precisam ir além e oferecer suporte psicológico, além de implementar programas que promovam a igualdade de gênero e o bem-estar no trabalho”, finaliza Izabela Holanda.

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