Um estudo da Workhuman revelou que 48% dos gerentes reconhecem que simular trabalho é um problema em suas equipes.
Falsa produtividade no ambiente corporativo
As manifestações mais comuns da falsa produtividade incluem o uso de ferramentas digitais para simular atividades, manter o status de “online” sem estar de fato ativo, e participar de reuniões sem um objetivo claro. Para especialistas, a verdadeira questão não é apenas o comportamento individual, mas sim um reflexo de culturas organizacionais que valorizam a quantidade de horas dedicadas ao trabalho, e não a qualidade dos resultados entregues.
A liderança como fator determinante
Para Hosana Azevedo, Head de Recursos Humanos do Infojobs e porta-voz do Pandapé, a liderança tem um papel essencial nesse processo. “Líderes e gestores, muitas vezes sem perceber, podem reforçar uma cultura que valoriza estar ocupado mais do que entregar resultados reais. Essa dinâmica, embora não intencional, pode impactar negativamente as equipes, contribuindo para sobrecarga, ansiedade e, consequentemente, perda de produtividade”, afirma Hosana.
Esse comportamento é impulsionado pela pressão pela “disponibilidade constante”. Mais de 50% dos profissionais sentem-se obrigados a responder mensagens ou e-mails fora do horário de expediente, segundo dados da Workhuman. Esse modelo de trabalho, que foca na presença em vez de resultados, impacta diretamente a saúde emocional dos colaboradores e, ao final, prejudica o desempenho da empresa. Em 2023, a Gallup estimou que a insatisfação e infelicidade no trabalho custaram cerca de US$ 1,9 trilhão em perdas de produtividade.
Os impactos da falsa produtividade
A falsa produtividade não afeta apenas a saúde mental, mas também compromete os resultados. Quando a prioridade é parecer ocupado, em vez de entregar resultados reais, o ambiente de trabalho fica mais pesado e menos colaborativo, impactando diretamente o desempenho da empresa.
Hosana enfatiza que a liderança tem a responsabilidade de interromper esse ciclo. “Os líderes devem ser os primeiros a promover uma cultura de transparência e segurança psicológica. É fundamental criar um ambiente em que as pessoas possam ser honestas sobre sua capacidade e bem-estar. O objetivo não é simplesmente trabalhar mais ou estar disponível a todo momento, mas promover uma forma de trabalho sustentável e produtiva”, afirma.
Estratégias para combater a falsa produtividade
Superar a falsa produtividade exige uma mudança profunda de mentalidade. O ponto de partida é adotar um modelo de avaliação centrado em resultados reais, e não em horas dedicadas ou na simples aparência de estar ocupado. O que realmente faz diferença é a entrega final e o impacto gerado.
Outro pilar fundamental é o treinamento de líderes. Gestores bem preparados, que valorizam resultados sustentáveis, conseguem estabelecer um ambiente de confiança e colaboração. “Líderes equilibrados são capazes de inspirar suas equipes a trabalhar de forma mais eficiente e com propósito, gerando entregas consistentes e evitando o desgaste desnecessário”, afirma Hosana.
Promover o bem-estar também deve ser uma prioridade estratégica. Segundo Hosana, “Investir na saúde mental e incentivar pausas conscientes cria condições para que os colaboradores desempenhem seu melhor sem comprometer o equilíbrio ou a saúde”. Empresas que priorizam essas práticas não apenas reduzem a sobrecarga, mas também potencializam o engajamento e a produtividade genuína.
Por fim, o feedback contínuo se destaca como uma ferramenta indispensável para combater a falsa produtividade. “Uma comunicação frequente e aberta entre líderes e equipes ajuda a alinhar expectativas, resolver desafios rapidamente e criar um ambiente seguro para o desenvolvimento. Isso permite que todos contribuam de forma autêntica, sem a pressão de atender padrões irreais”, conclui Hosana.
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