Os feedbacks são uma peça-chave no desempenho de um profissional e de uma equipe. Além de conseguir promover melhorias nas entregas do dia a dia, a avaliação garante o alinhamento entre os funcionários. Dados da SWOT Analysis Solutions apontam que 74% das pessoas consideram que o feedback regular contribui significativamente para o seu crescimento profissional. Funcionários que são avaliados com recorrência também tendem a apresentar um desempenho superior, segundo levantamento da universidade de Stanford.

Para Roberta Saragiotto, diretora de People e Strategy na Start Carreiras, plataforma de empregabilidade universitária, a melhor forma de dar feedbacks está no acrônimo ‘START’: Situação, Tarefa, Ação, Resultado e Transformação. O que significa cada letra, na prática:

S — Situação: defina claramente o contexto específico que você está abordando. Seja preciso e evite generalizações.

T — Tarefa: descreva a tarefa ou responsabilidade relacionada à situação. Isso ajuda a direcionar o feedback a ações concretas.

A — Ação: detalhe o comportamento ou ação observada. Mantenha-se objetivo e evite julgamentos pessoais.

R — Resultado: explique o impacto ou consequência da ação. Isso pode incluir efeitos na equipe, nos projetos ou na empresa como um todo.

T — Transformação: sugira formas de melhorar ou manter um comportamento positivo. Ofereça orientações claras e acionáveis.

É importante ressaltar que a ordem não é o mais relevante; o fundamental é que todos os elementos façam parte da conversa. O objetivo principal é que a pessoa compreenda a mensagem que está sendo transmitida e saia da conversa com uma direção clara de como prosseguir.

“A prática do feedback, apesar de fundamental, gera inseguranças para. Cultivar uma cultura que valorize a comunicação aberta e um ambiente de confiança influencia a colher resultados positivos. Para isso, é necessário criar um espaço seguro para discussões e encorajar a visão do feedback como uma oportunidade de crescimento”, afirma Roberta.

A especialista ainda separou algumas dicas adicionais para um feedback eficaz:

1. Prepare-se: reflita sobre o feedback antes de dá-lo. Organize seus pensamentos e exemplos.
2. Seja específico: use exemplos concretos para ilustrar seus pontos.
3. Timing é essencial: dê o feedback o mais próximo possível do evento ou comportamento em questão, idealmente dentro de 24 horas.
4. Escute ativamente: após dar o feedback, ouça a perspectiva da outra pessoa.
5. Seja constante: o feedback deve ser uma prática regular, não limitada apenas aos momentos de avaliação de desempenho.
6. Inclua todos: o feedback não é apenas para quem está em um certo nível profissional, mas para todos os colaboradores.

Não esqueça das pessoas estagiárias!

Quando se trata de dar feedbacks a pessoas estagiárias, é importante lembrar que muitos estão tendo sua primeira experiência profissional. Ao dar feedback, enfatize o aspecto de aprendizagem e crescimento. Saragiotto explica: “Para quem está em início de carreira, cada feedback é uma oportunidade de aprendizado valioso. Nesse momento concentre-se em como a experiência pode contribuir para o desenvolvimento profissional. Explique não apenas o que pode ser melhorado, mas também por que isso é importante no contexto profissional mais amplo. Isso ajuda as pessoas estagiárias a entenderem a relevância do feedback para sua carreira futura.”

Ao dar feedback sobre uma apresentação, por exemplo, você pode dizer: “Na sua apresentação sobre o projeto X, notei que você hesitou em alguns pontos-chave (Situação e Ação). Isso pode ter impactado a clareza da mensagem para a equipe (Resultado). Para futuras apresentações, sugiro que você pratique mais e prepare notas de apoio (Transformação). Desenvolver habilidades de apresentação agora será extremamente valioso para sua carreira, independentemente da área em que você escolher se especializar”, pontua a diretora.

Feed-Forward: preparando para o sucesso

Além do feedback tradicional, existe uma abordagem complementar Feed-Forward. Esta técnica foca em preparar o funcionário para o sucesso em situações futuras, mudando positivamente a maneira como as conversas de feedback acontecem.

O Feed-Forward ocorre antes de um evento ou situação específica, tendo como objetivo antecipar e abordar potenciais problemas. Por exemplo, pode-se oferecer conselhos sobre como se preparar para uma reunião para uma apresentação importante. Esta abordagem ajuda ao compreender melhor os desafios que pode enfrentar.

Roberta acrescenta: “É importante sempre nomear a conversa como ‘feedback’, seja ela uma sessão de Feed-Forward ou um feedback tradicional. Isso ajuda o colaborador a reconhecer a natureza da conversa e a se preparar adequadamente.”

Os estudos do Great Place to Work (GPTW) comprovam, ano após ano, que quanto mais feedback as lideranças oferecem, mais a equipe confia nelas. No entanto, não é apenas a quantidade que importa, mas principalmente a qualidade e o preparo para demonstrar que a liderança está, de fato, preocupada com a evolução e desenvolvimento de sua equipe.

Um bom feedback, seja ele tradicional ou no formato Feed-Forward, deve ser justo, preciso e equilibrado — além de relevante para o nível e função daquele colaborador e sempre focando no desenvolvimento.