Janeiro marca o início de um importante período de conscientização sobre saúde mental e emocional. Intitulada Janeiro Branco, a campanha realizada no mês visa promover reflexões e ações preventivas voltadas ao bem-estar das pessoas, especialmente no ambiente corporativo. Este ano, a iniciativa terá um reforço especial: em 2025 entrarão em vigor implementações importantes nas leis trabalhistas sobre o tema. A primeira delas exigirá que as empresas brasileiras incluam avaliação de riscos psicossociais relacionadas à atividade exercida no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. A nova regra, que será aplicada a partir de maio, é fruto de uma atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego em agosto de 2024. Em sintonia com a resolução, em março de 2024, foi sancionada a Lei 14.831/2024, que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, um reconhecimento que as empresas, em breve, poderão começar a receber.
A ideia é valorizar aquelas que implementam práticas e políticas de apoio à saúde psicológica de seus colaboradores, além de incentivar outras organizações a se engajarem na causa. Mas o tema também é financeiro. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estresse ligado ao trabalho custa à economia aproximadamente US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade em todo o mundo. No Brasil, o número de afastamentos por exaustão profissional cresceu quase 1.000% em uma década, segundo dados do INSS. “Ignorar os benefícios de promover a saúde mental e emocional no trabalho é uma falta de visão do C-Level a longo prazo que cria prejuízos para todos, como burnout, ansiedade, depressão, queda de rendimento e afastamentos”, afirma Marcelo Ciccone, sócio-fundador e diretor geral da TudoNoBolso – fintech especializada em educação financeira, crédito e benefícios corporativos.
Entre as principais recomendações para conquistar o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, Ciccone destaca exatamente a conscientização das lideranças e a necessidade de uma mudança de comportamento. “É fundamental repensar a forma de trabalho e capacitar os gestores para identificar precocemente sinais de esgotamento. Essa mudança deve ser cultural e estrutural, com foco naquilo que realmente importa: o bem-estar do colaborador”.
A ampliação dos benefícios corporativos também é uma estratégia eficaz. Além de atualizar a cobertura do plano de saúde para facilitar o acesso a psicólogos e psiquiatras, as empresas devem investir em outras frentes: dias extras de folga, espaços de descompressão e opções de alimentação saudável são alguns exemplos. Empresas como a TudoNoBolso oferecem acesso a um leque de outras opções, como descontos em lojas, serviços e até mesmo para qualificação profissional, colaborando na otimização dos gastos e no crescimento profissional, impactando diretamente na saúde financeira e no bem-estar.
No que se refere ao bem-estar financeiro, consultorias financeiras e acesso facilitado a linhas de crédito com taxas mais justas também são medidas valiosas. “Uma pesquisa do SPC Brasil revelou que 82% dos inadimplentes sofrem impactos na saúde física ou mental devido às dívidas em atraso. Portanto, a saúde financeira deve ser parte integrante dos planos de promoção da saúde mental. O RH tem ferramentas importantes para auxiliar os colaboradores nessa área, o que pode ser um diferencial na obtenção do certificado. A consultoria, por exemplo, auxilia os funcionários no equilíbrio das dívidas e na aquisição de bens sem comprometer o orçamento”, pondera o executivo da TudoNoBolso.
O Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental será concedido por uma comissão do Ministério da Saúde, que verificará se as práticas adotadas pelas empresas estão alinhadas às diretrizes do programa. A certificação terá validade de dois anos e, durante esse período, poderá ser utilizada em comunicações e materiais promocionais. “A certificação não é obrigatória, mas oferece vantagens significativas. Além de promover um ambiente de trabalho saudável, reforça a reputação da empresa perante seus stakeholders, demonstrando um compromisso real com um tema de grande relevância no cenário atual”, conclui Ciccone.