Márcia Catunda
Coluna + Emprego

Como lidar com colegas difíceis no ambiente de trabalho?

Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no ambiente de trabalho, explica como agir com inteligência, respeito e estratégia

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20 de maio de 2025
Márcia Catunda

Bastidores conturbados, desentendimentos, trocas de farpas… pode parecer roteiro de novela, mas esse tipo de situação é mais comum nos escritórios do que se imagina.

Como lidar com colegas difíceis no ambiente de trabalho?

Recentemente, os atores Cauã Reymond e Bella Campos se envolveram em uma crise nos bastidores da novela “Vale Tudo”. Mais do que uma curiosidade do mundo artístico, o caso chama atenção para um problema recorrente no mundo corporativo: a convivência difícil entre colegas. Rixas interpessoais, fofocas, competição e falta de respeito são alguns dos fatores que podem transformar um ambiente saudável em um campo de batalha emocional.

Para quem deseja crescer na carreira e preservar a própria saúde mental, saber lidar com essas situações é uma habilidade essencial. A seguir, Wanderley Cintra Jr., psicólogo graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina e especializado em comportamento no ambiente de trabalho, explica como agir com inteligência, respeito e estratégia diante de conflitos.

Foque em soluções, não em culpados

Em vez de alimentar o embate com perguntas como “quem errou?”, é mais produtivo buscar alternativas para resolver a situação. Quando o foco muda da crítica para a solução, o ambiente se torna mais colaborativo.

“O erro é insistir em quem tem razão. O profissional maduro busca resolver e seguir em frente. Focar na solução fortalece a imagem de alguém que coopera, e não de quem alimenta o conflito”, observa Wanderley Cintra Jr.. Essa atitude também fortalece sua imagem dentro da equipe como alguém que soma, não divide.

Controle as emoções

Em vez de tentar controlar o que os outros dizem, foque no que você pode comprovar: seu comportamento. Se um colega anda espalhando comentários negativos sobre você, a estratégia mais inteligente não é entrar no embate, mas reforçar, com consistência, que aquilo não combina com quem você é.

“Falar mal dos outros infelizmente é comum no ambiente profissional. Mas o mais importante é você se assegurar de que não é aquilo que dizem, e seguir mostrando isso com suas atitudes. Quando você age com ética, respeito e entrega, quem importa, ou seja, líderes, pares, clientes, vai perceber a diferença”, comenta Wanderley Cintra Jr..

Evite entrar em paranoias ou tentar confrontar a pessoa a cada boato. A melhor resposta é manter o profissionalismo e a coerência entre o que você fala e faz. Aos poucos, a reputação verdadeira prevalece. “Não entre no delírio de tentar controlar tudo. Continue entregando seu trabalho com qualidade, respeitando os colegas e mostrando, dia após dia, que você não é o personagem criado por fofocas”, finaliza.

Escuta ativa e empatia

Ouça de verdade. Muitas vezes, a outra pessoa só precisa se sentir ouvida para baixar a guarda. Escutar sem interromper, tentar entender o ponto de vista alheio e fazer perguntas para aprofundar o entendimento ajuda a construir pontes.

“Empatia não significa concordar com tudo, mas buscar entender a lógica do outro. Muitas vezes, por trás de um comportamento difícil existe insegurança ou frustração. Quando a gente escuta com real interesse, a tensão tende a cair”, explica Wanderley Cintra Jr..

Evite conversas informais

Há situações em que o conflito é constante. Ignorar não é viável e confrontar o tempo todo pode ser exaustivo. Nesse caso, o melhor caminho é estabelecer uma rotina de convivência baseada em limites claros, documentação e foco nos objetivos em comum.

“Quando a relação começa a afetar a produtividade e clima da equipe, o ideal é manter a comunicação registrada e objetiva. Evite conversas informais sobre questões delicadas e opte por alinhamentos por e-mail ou em reuniões com a presença de mais pessoas. Isso protege você e ajuda a manter o foco no trabalho”, orienta Wanderley Cintra Jr..

Outra estratégia é evitar envolvimento pessoal. Em vez de tentar mudar a pessoa, mude sua forma de reagir a ela. Seja cordial, profissional e direto. “Quanto mais neutro você for, mais difícil será para esse tipo de perfil criar conflitos com você. A ideia é desarmar, não confrontar”, diz Wanderley Cintra Jr..

Comunicação clara e assertiva

Falar o que pensa de maneira objetiva e respeitosa pode evitar muitos mal-entendidos. A assertividade permite expressar opiniões e sentimentos sem passividade ou agressividade.

“Dizer, por exemplo, ‘gostaria de concluir meu raciocínio antes que você fale’ durante uma reunião é mais eficaz do que acumular irritação. A assertividade protege seus limites sem gerar agressividade”, pontua Wanderley Cintra Jr..

Busque apoio se necessário

Nem todo conflito pode, ou deve, ser resolvido individualmente. Quando há ofensas, assédio ou reincidência, é hora de envolver a liderança ou o setor de Recursos Humanos. O profissional precisa reconhecer quando uma situação saiu do controle e precisa de mediação formal.

“Quando o conflito se torna repetitivo ou ultrapassa o limite do aceitável, envolver um gestor ou o RH deixa de ser uma opção e passa a ser uma responsabilidade. Isso não é ‘levar para o chefe’, é proteger o ambiente de trabalho como um todo”, finaliza Wanderley Cintra Jr

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