Se quiser ter chances de retornar à elite do futebol brasileiro em 2024, o Vozão precisa fazer história. No entanto, os números do ataque alvinegro deixam muito a desejar, tornando quase impossível qualquer perspectiva de acesso.
Contra o Vitória, o time até conseguiu criar oportunidades, teve mais posse de bola e finalizou três vezes mais do que os baianos, mas saiu derrotado do campo. Ou seja, o ataque alvinegro continua sendo o grande obstáculo entre o Ceará e o tão sonhado G4. Se o Vozão tem a missão de desafiar a matemática, teria a obrigação de aproveitar melhor suas chances, mas a ineficiência de sua linha de frente é preocupante.
Artilharia inofensiva:
Na noite deste domingo (13), o Ceará perdeu para o Vitória no Barradão por 1×0. Diante dos baianos, ficou evidente a quase inoperância do ataque alvinegro. Nesta Série B, talvez tenha sido a partida em que o time mais criou, teve mais posse de bola e, em alguns momentos, acuou o adversário em seu campo, mas não conseguiu marcar.
Desde que chegou ao Ceará, Guto Ferreira deu maior consistência ao setor defensivo, sofrendo menos gols, e era natural que as vitórias se tornassem mais frequentes. No entanto, os números do ataque continuam decepcionantes.
Para se aproximar do G4, o Vozão precisaria de uma “campanha de campeão”, para talvez entrar no grupo de postulantes ao acesso. No entanto, o ataque alvinegro não tem conseguido criar problemas para os adversários, o que destrói qualquer esperança de retorno à elite já no primeiro ano.
Os números jogam contra:
Não é apenas o relógio que está em desacordo com os planos do Ceará. O Vozão já concluiu a 23ª rodada das 38 que precisa disputar e está cada vez mais distante de seu objetivo. Falar em acesso com um aproveitamento tão baixo seria menosprezar a inteligência do torcedor.
Contra o Vitória, a matemática disse um sonoro “Não” às chances do Ceará. O time finalizou mais de 20 vezes, acertou 6 no alvo e não conseguiu marcar. Não seria sensato acreditar em sucesso com um aproveitamento tão fraco. Antes de tudo, é importante lembrar que essa ineficácia do ataque alvinegro não é uma exceção, mas sim a norma.
Assim sendo, é compreensível que o torcedor tenha perdido as esperanças e até a paciência. Já faz um tempo que o Ceará fala em uma sequência que nunca chega.
A trinca de Morínigo:
Sob o comando do paraguaio Gustavo Morínigo, o Vozão teve seus melhores índices ofensivos do ano. A trinca formada por Janderson, Vitor Gabriel e Erick compôs o ataque alvinegro durante o estadual e a Nordestão, encantando o torcedor.
Contudo, é necessário mencionar que, apesar de na Série B o nível ser um pouco mais alto, pode ser que falte mais confiança do que qualidade. Do trio, apenas Erick ainda é titular, e mesmo assim, está sob suspeita da torcida. O fato é que após a assinatura com o São Paulo para 2024, o rendimento do jogador caiu consideravelmente.
Vitor Gabriel deixou o Vozão rumo à Coreia, e Janderson parece estar completamente fora dos planos do atual treinador. Dessa maneira, o trio que teve um ótimo desempenho no primeiro trimestre foi desfeito; a confiança já não é a mesma e os números do ataque alvinegro caíram drasticamente.
O Sonho virou Devaneio:
Com um time que venceu apenas 9 das 23 partidas disputadas, seria desleal com o torcedor falar em retorno à Série A. O Vozão teria que conquistar pontos que não conquistou, jogar um futebol que não demonstrou durante toda a competição e, principalmente, ter uma eficácia no ataque que talvez nem seja alcançável.
Infelizmente, as chances de acesso parecem praticamente impossíveis. O estilo de jogo do time é uma desconsideração à rica história do Ceará. O torcedor é o maior patrimônio do clube e merece que esse elenco os honre até o final, com muito trabalho, mas sem promessas irreais.
Resumindo, é necessário dizer que o Ceará, sua comissão técnica e especialmente sua diretoria desperdiçaram a oportunidade de voltar à Série A já no primeiro ano. Repetindo o que venho dizendo desde a primeira rodada, em uma Série B nivelada por baixo, é inaceitável que o Alvinegro não esteja entre os principais protagonistas.