Cinco anos após os assassinatos da deputada Marielle Franco e do motorista Anderson Gomez, a Delegacia de Homicídios da capital, o Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Federal trabalham desde fevereiro para solucionar o caso.
A investigação teve a troca de delegados por 3x, alguns procuradores, entretanto, nada avançou para uma conclusão do caso. A polícia apenas prendeu o policial militar aposentado Ronnie Lessa – acusado de atirar – e do ex-PM Hercio de Queiroz – que dirigia o Cobalt Silver no momento do crime.
Apesar de negarem participação no crime, os dois estão detidos em uma prisão federal de alta segurança e serão julgados por júri. Um julgamento ainda não foi definido.
Perguntas ainda não respondidas sobre o caso Marielle Franco
Veja abaixo algumas perguntas que ainda são mistério sobre o caso Marielle Franco, que nunca foram respondidas:
Qual motivação do crime?
Foram citadas dúvidas sobre o envolvimento do bicheiro Rogério Andrade. Segundo procuradores do Gaeco, o que aproximou o criminoso da morte da deputada do PSOL foi seu contrato com Lessa um mês após o assassinato de Marielle. Em abril de 2018, Rogério e Lessa iniciaram negociações para abrir um bingo secreto na Barra da Tijuca.
Não houve pesquisa dos acusados sobre Marielle Franco antes do assassinato
Ao contrário do que muitos pensam, Ronnie Lessa e Elcio Queiroz nunca pesquisaram Marielle Franco no Google. Ambos fizeram pesquisas sobre mulheres negras com o aliado e deputado de Marielle, Marcelo Freixo, mas nunca inseriu o termo Marielle Franco no Google. Pelo menos, sem nenhuma evidência.
De onde tiraram toda a rotina de Marielle?
Mesmo sem pesquisar o nome de Marielle, os investigadores acreditam que Lessa tinha detalhes sobre o cotidiano da deputada, como onde e quando ela teve aulas de inglês e reuniões na casa do ex-marido, no Rio Comprido.
Quantas pessoas realmente tinham no carro?
Também existem diferenças de perícia em relação a quantas pessoas estão no veículo criminoso. A análise do vídeo pelo departamento responsável pelo HD mostrou que havia um homem no banco do passageiro na frente do carro quando ele passou pela esquina da Rua dos Deficientes. No que diz respeito à perícia do deputado, Lessa está no banco de trás enquanto Élcio dirige.
Porque não foram verificadas algumas câmeras do trajeto antes da morte e depois da morte?
Os investigadores seguraram uma foto de um veículo entrando na Rua do Quebra-Mar. Como pode ser visto na foto, o carro veio da Avenida Lúcio Costa (ou Avenida do Pepê). Essa rua deve ter sido uma das mais filmadas da cidade, mas não houve registro de veículos passando por ela, pois os dois réus deveriam ter saído do Condomínio Vivendas da Barra, a cerca de 4 quilômetros de distância.
Onde foi parar a arma do crime?
A polícia acredita que, após sua prisão, Lessa ordenou a seus associados e parentes que jogassem fora algumas de suas armas, incluindo a submetralhadora alemã que ele usou no ataque. A espingarda teria sido jogada ao mar na Barra da Tijuca no dia seguinte à prisão do réu.