Estudos laboratoriais devem ser feitos em humanos para comprovar o potencial da fruta incomum no Estado
Pesquisa cearense associa pitaia ao controle da ansiedade
Pesquisadores cearenses da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão animados. O grupo, através de estudos, descobriu que a pitaia, fruta pouco comum no Estado, apresenta grande potencial para auxiliar no controle da ansiedade, colesterol e glicemia. Embora ainda sejam necessários testes em humanos, os primeiros resultados são animadores.
“A pitaia se mostrou promissora para as indústrias de alimentos, ou até mesmo farmacêutica, como alimento funcional e fonte de compostos de interesse, que podem ser concentrados ou isolados, para amplificar seu efeito”, diz Guilherme Julião Zocolo, coordenador do estudo. Ainda segundo o pesquisador, com o crescimento de pacientes diagnosticados com ansiedade, “existe uma busca por terapias alternativas para o auxílio na prevenção dessas enfermidades com foco na alimentação. Principalmente para identificar novos alimentos funcionais para preveni-las”, completa.
TESTES
Na avaliação, os estudiosos observaram se a fruta contribui com alteração na coordenação motora, seja por sedação ou relaxamento muscular. O teste foi feito em peixes do tipo “peixe-zebra”, conhecido pela aversão a áreas bem iluminadas. Assim, para comprovar a hipótese, eles foram colocados em um aquário com zonas claras e escuras. Divididos em três grupos – um recebeu pitaia, outro recebeu água destilada e o último, Diazepam-, os animais foram adicionados individualmente na zona clara para quantificar o efeito ansiolítico.
Os resultados preliminares sugeriram que a pitaia tem efeito positivo no controle da doença ao contribuir com a redução da atividade locomotora dos animais e a aversão aos ambientes claros. Assim, os pesquisadores da Embrapa compreenderam que o alimento pode ser utilizado na manutenção da saúde. Porém, segundo a pesquisadora Ana Paula Dionísio, do Laboratório de Processos Agroindustriais da Embrapa, existe um longo caminho entre os estudos e a realização de testes clínicos com humanos. Ela alerta que o trabalho não significa que “as pessoas devam substituir seus remédios pela fruta”.
Além do efeito ansiolítico, a pitaia se mostrou eficaz na redução do colesterol total, do LDL e dos triacilgliceróis e na elevação do HDL (conhecido como “colesterol bom”). Para diabéticos, a fruta reduziu significativamente a glicemia. Além das atividades funcionais, os estudiosos observaram os efeitos do processamento na composição metabólica, química, físico-química, enzimática e volátil da polpa.
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