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Estados voltam a registrar circulação significativa da dengue

A doença tem quatro subtipos, sendo o sorotipo 2 o mais comum no país

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4 de novembro de 2020
Assistente de Redação Vídeo

Com a proximidade do verão, estação que se caracteriza pelas chuvas e temperaturas mais altas, o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, deve encontrar as condições ideais para se reproduzir, afirmam os especialistas. “O aumento da temperatura, da umidade e das chuvas sempre está relacionado a um maior risco”, diz o médico Augusto Penalva. Ele complementa: “quando começam as estações de chuva e calor, há um grande aumento da disseminação da doença. Isso é um grande risco que temos e todos os verões isso acontece.”

Estados voltam a registrar circulação significativa da dengue
Foto: Reprodução

O vírus da dengue tem quatro subtipos: sorotipos 1, 2, 3 e 4. Isso significa que uma pessoa pode ter a doença até quatro vezes durante a vida, já que só fica imune de forma consistente ao tipo que a contaminou. “As pessoas podem se contaminar pelos quatro sorotipos em momentos diferentes. Existe uma imunidade específica para o sorotipo, ou seja, o indivíduo faz uma imunidade sustentada pelo sorotipo que contaminou, mas faz uma imunidade cruzada, transitória e curta”, explica o médico e pesquisador do Instituto Emílio Ribas. 

Isso significa que uma pessoa que foi contaminada pelo sorotipo 1 da dengue, por exemplo, fica imune aos demais sorotipos por um curto período, podendo ter contato com eles e adoecer novamente no futuro. As quatro cepas costumam se alternar na circulação pelo país, com predominância de uma ou outra a cada ano. Após o sorotipo 2 ter infectado muitas pessoas e ainda estar bastante presente, a reinserção do sorotipo 1 tende a ser danosa, sobretudo para as populações que ainda não tiveram contato com ele. 

De acordo com o Ministério da Saúde, o sorotipo 2 da dengue ainda é o mais predominante no país, presente em 79,2% das amostras analisados este ano no Distrito Federal e em Goiás.  

Prevenção

Para as autoridades e especialistas no tema, a proatividade da população é muito mais eficaz do que o próprio governo para impedir a proliferação do mosquito da dengue e diminuir o número de casos e mortes pela doença no país. Isso porque, cerca de 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências.

Cabe, então, a cada cidadão fazer a sua parte, eliminando os criadouros do Aedes, exemplifica Cláudio Maierovitch, médico da Fiocruz.  

“Às vezes, coisas muito simples, como garrafas que estão no quintal e não estão cobertas, pneus que acumulam água, potinhos e embalagens de plástico descartáveis, caixas d’água destampadas ou pratinhos que ficam embaixo das plantas para que a água não molhe o chão, podem ser convidativos para a proliferação do mosquito”, aponta. 

Dengue no Brasil

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, até 16 de setembro foram notificados 928.282 casos prováveis de dengue. Ao todo, 484 pessoas morreram por causa da doença. Os estados do Acre, Bahia, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e o DF apresentam taxas de incidência acima da média do país. 

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